Apesar da ascendência japonesa, nunca tive vontade de ler mangás. No entanto, por ironia do destino, meu namorado, que é descendente de poloneses, sempre foi leitor assíduo dos quadrinhos japoneses e, por insistência dele, fiz minha estreia no gênero. Minha primeira e, até pouco tempo atrás, única experiência com mangás foi Peach Girl e, apesar de me divertir com a leitura, nunca terminei a série. Eis que, no final de 2014, mais uma vez incentivada por ele, decidi ler Death Note. E, meu Deus, tenho vontade de esquecer tudo só para me surpreender novamente!
A trama de Death Note gira em torno de Light Yagami, um estudante exemplar que encontra um caderno capaz de matar as pessoas cujos nomes forem escritos em suas páginas. Quando descobre o poder do Death Note, ele começa a punir criminosos a fim de se tornar o “deus” de um mundo onde o mal não existe. No entanto, as ações de Light, que logo fica conhecido como Kira, não demoram a entrar no radar da polícia. E é quando tem início um interessantíssimo duelo entre duas identidades secretas: o renomado detetive L e o misterioso e perigoso Kira.
Pela sinopse já dá para perceber que de bobo, Death Note não tem nada! E, na minha opinião, a história escrita por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata cumpre muito mais do que promete! Além de ser um thriller policial repleto de reviravoltas e jogadas inteligentíssimas, a trama propõe a velha e infindável discussão sobre moral, ambição, megalomania e até que ponto é permitido chegar em prol de um bem maior – que, no caso de Kira, é livrar o mundo do mal.
Outro grande mérito de Death Note são os personagens, especialmente Light, com a inteligência muitas vezes perversa e a mudança de personalidade ao longo da série; L, com poder de dedução e intuição extremamente aguçados e suas divertidas peculiaridades; e Misa Amane, que confere a dose certa de humor para contrabalancear com a sobriedade de todo o resto. Outros personagens, como Ryuk, Matsuda, Mello e Near, também contribuem muito não apenas para o desenvolvimento da trama, como para a criação de um universo à parte e cheio de particularidades.
Apesar de ter amado Death Note e de já ter o blog na época em que li, nunca escrevi uma resenha sobre o mangá. O tempo foi passando e ficou cada vez mais difícil de lembrar detalhes sobre a série e meus pareceres para compartilhar aqui com vocês – ainda mais a trama sendo tão complexa, fiquei com receio de falar besteira. No entanto, há pouco mais de um mês, me rendi à Netflix e adivinhem o que encontrei por lá? Sim, a versão anime de Death Note! Terminamos de assistir na semana passada e, para não desperdiçar a chance, decidi escrever este post sobre a história em geral.
Em formato mangá, Death Note foi dividido em 12 volumes*, já o anime conta com 37 episódios. Como quase sempre, o livro (no caso, mangá) é melhor. Na versão para a televisão, a história sofreu algumas mudanças (desculpe, mas não saberei precisar aqui quais foram, já que faz mais de 1 ano que li) e, em alguns momentos, fiquei com a sensação de que detalhes determinantes do caso eram descobertos com muita facilidade por L. Mas, no geral, a adaptação foi muito bem feita e confesso que me diverti vendo Light, L, Misa e companhia “ganhando vida”.
No final das contas, escrevi esse post apenas para não desperdiçar mais uma oportunidade de recomendar Death Note tanto para quem gosta de mangás, mas por algum motivo nunca leu este, quanto para quem não gosta ou nunca leu uma obra do gênero!
*A série tem ainda o 13º volume, com informações extras sobre a trama; o 14º, uma one-shot (ou spin-off), que conta a história sobre um novo Kira que surgiu após o final da série regular; e Death Note Another Note: The Los Angeles BB Murder Cases, que narra o caso em que L e Naomi Misora trabalharam juntos antes do surgimento de Kira.
*Já existem versões live action de Death Note, mas Hollywood está trabalhando em uma nova adaptação, que, por enquanto, tem apenas Natt Wolf, de A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel, como Light e Margaret Qualley como Misa.
Sei que às vezes o mangá pode parecer tolo, com grandes doses de fantasia e humor, mas existem algumas obras que merecem ser conhecidas.
Uma delas é Gen – pés descalços, que conta a história de um garoto que se vê em meio a explosão nuclear no Japão, no final da segunda guerra mundial. O relato é auto biográfico, então é de doer na alma, cada quadro.
Outra obra interessante é Monster, de Naoki Urasawa. Por sinal, vale a pena conhecer as obras desse autor, que sabe contar uma boa história de suspense / policial. Tenho outras sugestões legais nesse universo de Mangá. Quem sabe marcamos um dia para falarmos sobre nerdices.
Beijo
Nunca fui leitora de mangás, mas também nunca tive preconceito como muitas pessoas têm. Só nunca tinha tido o interesse de ler. Depois de Death Note, procurei muito o primeiro volume de Monster (acho que foi até a Nathy quem me indicou), mas nunca achei. Sobre Gen, sempre tive curiosidade de ler, até porque é sobre a Segunda Guerra Mundial, assunto que eu me interesso muito. Boa pedida, vou pegar emprestado com a minha irmã, haha!
Beijos!
Vivo recebendo incentivo do namorado para ler algum. Só desanimo porque todos os primeiros, de qualquer um que ele tenha, estão lá em Divi. E ler só uns e depois ir embora, não dá!! Hahahaha
Tem que ler Death Note! Sempre falo pra você! Quando você finalmente ler, vai se xingar por não ter lido antes, hahaha!
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