Eu li A Culpa é das Estrelas há mais de um ano, antes mesmo de a versão cinematográfica ser anunciada, e fiquei simplesmente encantada com a história de Hazel e Gus. O best-seller de John Green é tão especial para mim (assim como Quem é você, Alasca?) que, até hoje, abro o livro em partes específicas quando preciso de palavras de conforto. Nos últimos meses, a cada nova cena, a cada trailer, a cada clipe, a cada foto, a ansiedade para assistir à adaptação de A Culpa é das Estrelas apenas crescia. Eis que a minha espera acabou mais cedo do que eu previa, mas eu simplesmente não vejo a hora do dia 5 de junho chegar, não só para assistir de novo, mas para que eu possa discutir o filme com todo mundo. Por enquanto, ficam aqui as minhas primeiras considerações :)
Os atores
Shailene Woodley se mostra cada vez mais talentosa e versátil. A atriz chamou a atenção ao interpretar a rebelde Alexandra, de Os Descendentes, seu primeiro grande filme, e chegou a concorrer ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante em 2012. Como a corajosa protagonista de Divergente, Tris Prior, Shailene também não deixou a desejar e captou muito bem a essência da personagem. No entanto, Hazel Grace, de A Culpa é das Estrelas, é a obra-prima de Shailene até aqui: a atriz, que cortou os longos cabelos para interpretá-la, conseguiu personificar todas as peculiaridades da protagonista, principalmente a maneira durona de ser vulnerável. E nas cenas mais emotivas, Shailene foi simplesmente incrível, trazendo muita verdade e sensibilidade à narrativa. Depois de ver o resultado final, não consigo imaginar outra atriz para interpretar Hazel.
Já Ansel Elgort nunca me agradou como Augustus Waters. O ator não é o Gus que imaginei fisicamente e interpretar o insosso Caleb Prior, irmão de Tris em Divergente, não ajudou a aumentar as expectativas. Mas eu me rendo. Ansel continua não ornando com a imagem que eu fiz de Gus, no entanto, o ator traduziu muito bem todo o charme e sensibilidade do personagem de John Green. E, assim como Shailene, não deixou nem um pouco a desejar nas cenas mais delicadas. Escolha perfeita, eu admito.
Nat Wolff, que será Quentin Jacobsen em Cidades de Papel, outra obra de John Green a ser adaptada para o cinema, também personificou bem o senso de humor e a excentricidade de Isaac, o melhor amigo de Gus – e, como Ansel e Shai, detonou na cena mais tocante. E, para completar, Laura Dern e Willem Dafoe foram ótimas escolhas para interpretar a espirituosa Sra. Lancaster e o desagradável, porém fundamental, escritor Peter Van Houten.
A direção
Não entendo muito de direção de filmes, mas acredito que o trabalho do ainda novato Josh Boone seja um dos grandes responsáveis pelo sucesso de A Culpa é das Estrelas enquanto adaptação. Assim como Lone Scherfig em Um Dia, Boone captou todos os detalhes da atmosfera única do livro e os levou para a tela com perfeição – esse foi um dos elogios tecidos também pelo próprio autor da obra.
Para mim, entre tantos pontos positivos do longa, um dos maiores foi ter colocado, em alguns momentos, a perspectiva de Hazel em primeira pessoa, usando trechos originais do livro. Outro detalhe que adicionou charme e dinamismo ao filme e contribuiu para a recriação da atmosfera original foi o recurso visual usado para dividir com o espectador as mensagens trocadas por Hazel e Gus pelo celular. A linguagem visual da adaptação em geral também foi muito bem trabalhada, dando vida a tudo – e mais um pouco – o que o leitor vivenciou no livro.
O nível de fidelidade
John Green se mostrou bastante envolvido com a produção e as filmagens de A Culpa é das Estrelas, por isso, já era de se esperar que o resultado fosse fiel. Mesmo assim, calejada por experiências ruins em matéria de adaptações, ainda saí muito surpresa do cinema. Para começar, muitos trechos e diálogos originais – ou sutilmente, e habilmente, editados – foram usados no filme, e eu adoro quando isso acontece. A capacidade de manter o humor apurado em uma situação tão delicada foi uma das coisas que mais me chamou a atenção quando li A Culpa é das Estrelas e acho que é o fator responsável para que o livro de John Green não seja uma história de amor piegas. Bem, o diretor e os atores conseguiram captar muito bem o humor sarcástico e sem censuras do livro e, assim, garantiram a leveza do filme.
Assim como muitos outros livros, A Culpa é das Estrelas aborda um assunto delicado e não usa o fato de ser voltado para o universo young adult como desculpa para romantizar temas sérios e completamente reais. No entanto, a versão cinematográfica de Jogos Vorazes, por exemplo, exclui alguns detalhes mais “sangrentos” da trama e isso me deixa muito brava. Bom, este não é um problema em A Culpa é das Estrelas. Na adaptação da obra de John Green, o Gus não apenas deixa claro que não tem mais da metade de uma das pernas, como também exibe a prótese e a parte que não foi amputada. Sei que é um detalhe, mas eu acho que adiciona um toque de realidade à obra, o que torna todo o resto não só palpável, como também ainda mais digno de credibilidade.
Ainda que eu chegue à mesma conclusão que 99,9% das pessoas, gosto da liberdade de refletir depois de assistir a um filme ou ler um livro e formar as minhas próprias opiniões. Por isso, eu amo o final de A Culpa é das Estrelas e odeio a mania que Hollywood tem de entregar a moral da história de bandeja para o espectador – isso aconteceu em As Aventuras de Pi, por exemplo, e me deixou bem chateada. Então, preciso dizer que fiquei muito feliz por isso não ter sido um problema na adaptação da obra de John Green, o que era um dos meus maiores receios. O filme termina assim como o livro e, por isso, é simplesmente perfeito.
E para não dizer que o longa é 100% fiel ao à obra original, é claro que alguns detalhes foram deixados de fora. A participação de Isaac, por exemplo, foi reduzida e algumas cenas, como a da briga de Gus com os pais antes da viagem a Amsterdã, simplesmente não existem. Mas acho que é possível dizer que a escolha do que entraria e o que ficaria de fora foi muito bem feita.
O veredito final
Existem versões cinematográficas boas, mas com falhas, como Divergente e A Menina que Roubava Livros; existem adaptações que quase não merecem receber tal título, como Qual seu número? e O Lado Bom da Vida; e existem versões que podem ser consideradas perfeitas, como é o caso de Um Dia e, agora, A Culpa é das Estrelas. O best-seller de John Green se tornou o fenômeno que é por ser uma obra sensível, realista, bem-humorada, inspiradora e, acima de tudo, redentora. E o filme tem tudo para seguir os mesmos passos porque a sensação que fica é a de ter visto o livro “impresso” na tela do cinema <3
Título original: The Fault in Our Stars
Diretor: Josh Boone
Ano: 2014
Minutos: 126
Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff, Laura Dern e Willem Dafoe
Avaliação: 5 estrelas
**O convite para assistir A Culpa é das Estrelas em primeira-mão foi uma cortesia da editora Intrínseca, responsável pelas publicações de John Green no Brasil e parceira do blog.
QUERO ASSISTIR LOGO! s2
E que legal, o Willem Dafoe tem mesmo a cara do Peter que eu imaginei hahaha
E QUERO ASSISTIR LOGO s2 s2 s2
Li tudo!!! \o/ Quero minha bala!!! =P
Fico feliz que vc tenha gostado e achado a obra bem fiel… Isso só me deixa com mais vontade de assisti-lo!! Como ele está fresquinho na memória, sei que serei bem chata com mudanças e tal.
Contando os dias… uuuuuhhhhuuuuu!!!
Ahhhhhhhh que ansiedade de assistir esse filme!!!
A expectativa já estava alta e vc aumentou! aiaiaiaii
Que legal vc ter sido convidada pela editora!
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