A linha entre tolerância e intolerância nunca foi tão tênue. E em tempos de tamanha incongruência, Com amor, Simon traz muito mais do que aceitação e nos inspira a permitir ser quem somos.
De tanto ouvir falar sobre Simon vs. A Agenda Homo Sapiens, decidi me render à obra de Becky Albertalli. E gostei da história, mas estaria mentindo se dissesse que não esperava mais. Ao mesmo tempo em que foi um sopro de esperança, a trama também me incomodou pelo excesso de otimismo. Afinal, apesar de ter medos e questionamentos, Simon vive em um mundo utópico, onde todos, de uma forma ou de outra, são aceitos. A adaptação também traz todos esses elementos, mas de uma forma muito mais realista, ainda que sem perder a magia. E foi aí que o filme me ganhou!
O que mais me envolveu no livro foi o mistério em torno de Blue. Já em Com amor, Simon, senti que o foco foi direcionado à aceitação do protagonista. Não tanto em relação à homossexualidade, mas sim a quem ele realmente é e quem quer se tornar, independentemente da orientação sexual. Abby também ganhou destaque neste sentido. E com ela, paramos para pensar em como é complexo se destacar, mas não se encaixar no padrão imposto pela sociedade.
Adorei a escolha dos atores! Nick Robinson se tornou o Simon perfeito, assim como Alexandra Shipp e Katherine Langford se encaixaram super bem nos perfis de Abby e Leah, respectivamente. Também gostei bastante de ver Jennifer Garner e Josh Duhamel na pele dos divertidos e amorosos pais de Simon. Houve mudanças na adaptação? Claro. Alice, a irmã mais velha de Simon, simplesmente não existe; Leah e Martin ganharam mais destaque no longa, enquanto Nick apareceu menos; descobrir quem é Blue ficou muito mais fácil… E por aí vai! Mas, assim como em A culpa é das estrelas, os produtores Marty Bowen e Wyck Godfrey souberam transportar a atmosfera do livro para o filme. E a essência e a mensagem estão ali, intactas, e talvez ainda mais fortes!
Em Com amor, Simon, teve de tudo: do senso de humor apuradíssimo às lágrimas, passando por amizade, medo, amor, (des)respeito e o tão esperado beijo… Ah, o beijo, símbolo de que não importa se L, se G, se B, se T, se Q… o que todo mundo quer é ser amado e ser aceito – e antes de tudo, por si mesmo!
Título original: Love, Simon
Diretor: Greg Berlanti
Ano: 2018
Minutos: 109
Elenco: Nick Robinson, Katherine Langford, Josh Duhamel e Jennifer Garner
Avaliação: 5 estrelas
Ainda não li o livro, e pretendo só assistir o filme quando lê-lo. Pelo que falou a leitura é leve e as mudanças no filme foram para abordar melhor sobre a intolerância. Ou seja, uma excelente adaptação, me dando mais vontade ainda de ler o livro e depois assistir o filme.
Adorei sua resenha!
Beijão
Sim, você captou bem a essência do livro e do filme! Acho que vai gostar dos dois!
Beijos