Semana Especial O Regresso: Livro x Filme

A Editora Intrínseca convidou os blogs parceiros a realizar a Semana Especial O Regresso, a obra de Michael Punke que deu origem ao filme homônimo, estrelado por Leonardo DiCaprio.

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Sim, eu admito que provavelmente não leria O Regresso, não fosse pela adaptação cinematográfica da obra de Michael Punke, que rendeu o tão aguardado Oscar a Leonardo DiCaprio. Mas caí em tentação e, apesar de não ser o meu tipo favorito de história, foi uma boa experiência e em dose dupla. E hoje é dia de falar sobre as principais diferenças entre obra original e adaptação cinematográfica.

O primeiro grande choque do filme é Hawk, o filho de Hugh Glass que simplesmente não existe no livro. A princípio, fiquei bastante um pouco revoltada com o personagem, que inevitavelmente mudaria os rumos da história. No entanto, depois compreendi (o que não quer dizer que concordei) que Hawk foi uma maneira sutil de contextualizar a convivência passada de Glass com os Pawnees – e, claro, de adicionar mais dramaticidade à história, porque no final das contas Hollywood sempre será Hollywood.

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Mas se Hollywood tem certas manias que odeio quando o assunto são as adaptações cinematográficas, é inegável que não deixa a desejar no quesito efeitos especiais. Não sou especialista em cinema, mas o visual de O Regresso é impecável – aliás, muito graças à neve que, no filme, aparece muito mais rápido e por muito mais tempo do que no livro. Não é surpresa que tenha vencido os Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Diretor (e, na minha modesta opinião, poderia ter vencido outras categorias técnicas).

A cena mais esperada do filme, assim como do livro, é o fatídico ataque do urso-cinzento. E, também como na obra original, a cena não deixa a desejar, dando um show de efeitos especiais e de atuação (por parte de Leo DiCaprio, e não do urso, HA HA!). No entanto, como eu já havia imaginado, os ferimentos de Glass no filme parecem menos graves do que no livro e, claro, o rosto e a cabeça de Leo foram estrategicamente poupados.

Apesar de ter o passado ligeiramente modificado no filme (provavelmente para contextualizar a ação dos Arikaras), Fitzgerald continua mau-caráter e consegue ser ainda mais insuportável na adaptação. Tom Hardy, aliás, está irreconhecível, surpreendente e absolutamente impecável no papel do grande vilão da história. Merecia o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante! Já sobre a atuação de ouro de Leo DiCaprio falaremos no post de sexta-feira!

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O Regresso é um livro curto, mas por ser extremamente descritivo, se torna um pouco cansativo em alguns momentos. Já o filme, apesar de longo, tem um bom ritmo e, mesmo tendo excluído vários acontecimentos da trama original, consegue manter a essência e focar nos pontos certos. É verdade que, no longa, Glass se recupera com mais facilidade e muitos encontros e desencontros são cortados. Mas o ar épico da história permanece, graças ao grand finale.

O final da adaptação, aliás, sofreu mudanças drásticas, o que normalmente me revoltaria bastante. Mas a verdade é que o desfecho da obra original me deixou com a sensação de anti-clímax, enquanto o filme me presenteou justamente com o fim que eu desejei. Desta vez, sou obrigada a admitir: ponto para Hollywood!

Título original: The Revenant
Diretor: Alejandro G. Iñárritu
Ano: 2015
Minutos: 156
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter e Domhnall Gleeson
Avaliação: 4 estrelas

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