Resenha de Codinome Villanelle (Killing Eve #1) – Luke Jennings

Codinome Villanelle é o livro que deu origem à série de televisão Killing Eve. E foi por isso que não pude resistir a este thriller que envolve assassinatos, espionagem e… bem, muitos looks incríveis.

Mas vamos começar pelo começo: Villanelle é uma assassina de aluguel que, não por acaso, é também uma psicopata. Durante a missão de eliminar um político russo, seu caminho cruza o de Eve Polastri, então funcionária do serviço secreto britânico. E é quando tem início uma caçada diferente de qualquer outra, que irá percorrer caminhos inesperados e trazer consequências drásticas para as vidas de Eve e Villanelle.

Meu interesse por Killing Eve surgiu quando soube que Phoebe-Waller Bridge, criadora de Fleabag, assinava a produção executiva e também o roteiro de metade dos episódios da primeira temporada. Eu só não esperava me apaixonar tanto pela série e, confesso, pela versão de Villanelle interpretada pela incrível Jodie Comer. Então, é com certo pesar que eu reconheço: a adaptação superou a obra original.

Codinome Villanelle é um livro pequeno, apenas 216 páginas preenchidas pelo texto fluido e envolvente de Luke Jennings.  A leitura é frenética, pois os assassinatos e a espionagem não param. Mas eu trocaria facilmente o ritmo alucinante por um maior aprofundamento das personagens, em especial Eve, que, no livro, não tem nem metade da energia da versão interpretada por Sandra Oh. Também senti falta de uma história “começo, meio e fim”. Sei que Codinome Villanelle é o primeiro volume de uma série. Mas a sensação é a de que deveria ser a introdução, o contexto, de um livro maior.

O que mais me desapontou na obra de Jennings foi a própria Villanelle. Na série, ela também é uma psicopata assassina de aluguel, é claro. Mas a versão da adaptação tem mais camadas, é muito mais tridimensional. Então, ao mesmo tempo em que não entendemos a forma como a mente dela funciona, também conseguimos enxergar seu lado minimamente humano, ainda que às avessas. Sem contar o humor ácido e irônico que molda sua personalidade com perfeição – com certeza uma “cortesia” de Phoebe Waller-Bridge -, contrastando com a Villanelle femme fatale e sisuda que o livro nos traz.

Pode ser que os próximos volumes explorem mais pontos que encontramos na adaptação – eu espero muito que sim. Mas eu acredito que as bases de Eve e Villanelle já foram construídas de uma maneira que não permite mais que elas sejam aquelas que conhecemos em Killing Eve. E para quem gostou da série, não deixa de ser um ponto negativo.

Então, sim, a minha experiência de leitura com Codinome Villanelle foi totalmente influenciada pela adaptação. Ao mesmo tempo em que gostei do livro por tê-lo visto como uma “leitura de apoio” para Killing Eve, as diferenças entre um e outro me distanciaram da obra original – e me fizeram preferir a série.

No entanto, quem ainda não teve nenhum contato com esta história tem chances de gostar do livro, sim. Não deixa de ser uma história que foge do lugar comum e que, acredito eu, ainda reserva muitas surpresas e reviravoltas nos próximos volumes. Só não deixe de assistir Killing Eve depois!

Título original: Codename Villanelle
Autor: 
Luke Jennings
Tradutor: Leonardo Alves
Editora: Suma
Ano: 2017

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