Sonita Alizadeh nasceu em 1996, em Herat, no Afeganistão. Aos 9 anos, se tornou noiva de um homem bem mais velho. Felizmente, o casamento foi cancelado quando a família da garota decidiu deixar o país. Anos depois, ela ouviu rap pela primeira vez. Se identificou e resolveu escrever e cantar suas próprias letras. O caminho não foi fácil, mas, determinada a usar sua voz para protestar contra os casamentos forçados, Sonita contrariou as probabilidades e se tornou uma rapper.

Sonita é uma das 15 mulheres maravilhosas retratadas por Pénélope Bagieu em Ousadas 2. Escolhi a história dela para começar o post por ter sido a minha favorita e também por ter mexido muito comigo. Na resenha do primeiro volume, ressaltei o quanto a leitura me inspirou, mas também me entristeceu por lembrar que a luta das mulheres pela liberdade de serem quem quiserem já se estende há séculos. E me deparar com a vivência de Sonita, e de tantas outras meninas, partiu o meu coração. Afinal, ser tratada como mercadoria e forçada a casar é abominável em qualquer época. Mas dói saber que ainda é a realidade em pleno século 21.

Além de Sonita, fazem parte de Ousadas 2 personalidades conhecidas do público em geral, como Temple Grandin, Betty Davis e Hedy Lamarr. E assim como o primeiro volume, o segundo também traz uma incrível diversidade de áreas de atuação: atriz, astronauta, cantora, jornalista investigativa, vulcanóloga… E isso é apenas o começo!

O que eu podia dizer sobre Ousadas 2 já foi dito. Agora, fica o convite para que você também se aventure pelas páginas ilustradas por Bagieu. Fontes de força e inspiração para que nós, mulheres, continuemos lutando por nós mesmas!

Título original: Les Culottées #2
Autor: Pénélope Bagieu
Tradutor: Fernando Scheibe
Editora: Nemo
Ano: 2017