É verdade que 2017 voou. Mas, para quem estava à espera da segunda temporada de Stranger Things, o tempo demorou para passar! Como eu contei aqui, a série de Matt e Ross Duffer foi a primeira à que assisti inteira (e também a que me levou a assistir outras). Então, rola um carinho especial, o que, obviamente, me deixou ansiosa e, ao mesmo tempo, receosa em relação aos novos episódios. Mas a missão foi cumprida, e chegou a hora de compartilhar minha humilde opinião!
Logo nas primeiras cenas do primeiro episódio, Will se tornou meu favorito. Então, é claro que não fiquei muito feliz com o fato de que ele não apenas desapareceu, como também protagonizou aquele desfecho enigmático da primeira temporada. Para minha felicidade, porém, Will teve muito mais destaque nos novos episódios. E Noah Schnapp, que interpreta o personagem, pôde mostrar que é muitíssimo bom ator. Ele foi capaz de traduzir com perfeição todo o desespero e o terror de Will e foi um espetáculo à parte nas situações mais intensas. Aliás, a maioria das cenas que mais me emocionaram em ST2 foi protagonizada justamente por ele!
Finn Wolfhard, que vive Mike, também não deixou nem um pouco a desejar. Depois de Will, ele foi o mais afetado pelos acontecimentos da primeira temporada. Afinal, ele sempre foi o mais apegado à Eleven e, consequentemente, é o que mais sofre com a dúvida acerca do que aconteceu com ela. E é exatamente essa vulnerabilidade que faz com que ele compreenda Will melhor que os outros e, portanto, seja o braço direito do garoto em mais uma batalha contra o Upside Down.
Gaten Matarazzo e Caleb McLaughlin, que interpretam Dustin e Lucas, respectivamente, continuam com papéis determinantes na história. No entanto, nesta segunda temporada, ficam mais responsáveis por manter a trama leve e divertida. E é aí que também entra a cativante Max, vivida por Sadie Sink, que acaba formando um improvável triângulo amoroso com Dustin e Lucas. Já o meio-irmão de Max, Billy, interpretado por Dacre Montgomery, aparece para ocupar o lugar de Steve, que acabou conquistando a confiança do telespectador no finalzinho da primeira temporada.
Winona Ryder está muito mais segura na pele de Joyce Byers. E, na segunda temporada, ela ganha a companhia de Bob, seu namorado “bobão”, mas que acaba se revelando fundamental para a história. David Harbour continua durão na pele do delegado Jim Hopper, mas mostra um lado muito mais sensível e humano, graças a Eleven. Millie Bobby Brown, aliás, também teve a chance de mostrar muito mais o seu talento e é, de novo, um dos grandes destaques da série.
É claro que as referências aos anos 80 marcaram presença nos novos episódios – a trilha sonora é, mais uma vez, maravilhosa! O Girl Power continua em ST2, e não apenas com Eleven. Rebelde, independente, skatista e boa em videogame, Max mostra que não é apenas “um rostinho bonito”. Já Nancy Wheeler nos apresenta um lado forte, determinado e corajoso, que não havíamos visto na primeira temporada.
Mas, para mim, a mulher mais poderosa de ST2 é Joyce Byers. Explico: ela pode estar desesperada (quem não estaria nessa situação?), mas, movida pela fúria de ver Will sofrer tanto, ela se entrega para resolver todas as situações. E a verdade é que, diferente de Eleven e até de Max, Joyce é uma mulher real, que poderia existir (e, em algum lugar, existe) aqui e agora.
Assim como a maioria dos fãs de Stranger Things, eu tinha receio de que a segunda temporada fosse desnecessária. Mas, mais uma vez, os irmãos Duffer souberam criar e contar uma boa história. É verdade que a série poderia ter acabado na primeira temporada, mas também há que se dizer que a continuidade da trama faz todo o sentido. É possível perceber o cuidado que os criadores tiveram em amarrar todos os pontos – e isso fica ainda mais claro em Beyond Stranger Things, uma série de entrevistas com toda a equipe e elenco de ST, também disponível na Netflix. E, como não poderia ser diferente, o final da segunda temporada é um desfecho, mas também uma deixa para os futuros episódios.
Entre as muitas influências e referências de Stranger Things, Stephen King é, para mim, uma das maiores. No entanto, quando digo isso, não penso (só) em semelhanças entre as tramas ou elementos em comum. Mas sim no que me faz gostar tanto de King: a essência da história. Porque, assim como a maioria das obras do autor, Stranger Things não é uma série sobre submundos e demogorgons. É uma história sobre lealdade e sobre como não há nada mais poderoso do que o amor e a amizade.
Não acho que seja possível dizer qual temporada é melhor, porque, embora retratem o mesmo universo, acho que são duas coisas completamente diferentes. Afinal, desta vez, reencontramos personagens que já conhecemos e amamos, mas que, ao mesmo tempo, não são mais exatamente o que eram – seja por conta do inevitável coming of age ou do que aconteceu com Will e, consequentemente, com os outros. E acho que foi por isso que eu acabei gostando bastante dos novos episódios. Porque a conexão já existente entre nós e os personagens torna tudo ainda mais profundo, complexo e intenso. Então, se a primeira temporada foi fofa, engraçada, emocionante, divertida, nostálgica, inteligente, misteriosa e intrigante, a segunda foi tudo isso multiplicado por dois.
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CUIDADO, CONTÉM SPOILERS!
- Muitas pessoas não gostaram do sétimo episódio da segunda temporada, que está sendo até considerado um “stand alone“. Também não é meu preferido, mas acho que serve para mostrar o real significado da palavra “lar”, que Eleven gosta tanto de repetir!
- Alguém mais chorou durante o oitavo episódio inteirinho? Sério, o que são as cenas em que Joyce, Jonathan e Mike contam várias memórias para o Will?; E quando Eleven reencontra todo mundo, especialmente Mike e Hopper?
- Matt e Ross Duffer contaram que, desde o início, sabiam que o final da segunda temporada seria no Snow Ball. Eu, particularmente, adorei a ideia porque acho que foi uma forma de mostrar que, apesar de tudo, Mike, Will, Dustin, Lucas, Max e Eleven ainda podem ser crianças/adolescentes (quase) normais.
Ótima resenha♥
Obrigada <3
Adorei a resenha, deu até vontade de assistir !
Assista!! É muito legal <3
Eu estava lendo isso as séries são muito interessantes por que podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, os irmãos Matt e Ross Duffer, criadores da série e diretores dos dois primeiros e dois últimos episódios da temporada, optaram por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de Stranger Things imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do actor Charlie Heaton, um ator muito comprometido (recém a vi em SHUT-IN para uma tarde de lazer é uma boa opção.), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo. Não posso esperar para ver a nova temporada, estou ansiosa.