
O distante reino de Delain é o cenário da história do rei Roland e sua família, a esposa Sasha e os dois filhos, Peter e Thomas. Ninguém pode dizer que Roland não se esforça, mas a verdade é que ele nunca foi considerado o governante ideal por seus súditos. Já a rainha sempre foi adorada por Delain e seus conselhos trazem muitas melhorias para o povo – o que causa certa irritação em Flagg, o feiticeiro do reino.
Quando Sasha morre subitamente, Flagg começa a agir para levar Thomas ao trono. Muito jovem e vulnerável, o filho mais novo do rei é exatamente o que o feiticeiro precisa para alcançar seus objetivos duvidosos. E é assim que começa um conto de fadas, com direito a príncipes, dragões e feiticeiros, mas que também é um acirrado jogo pelo poder.
Os olhos do dragão surgiu quando Stephen King decidiu escrever uma história para sua filha, Naomi, e pensou: “por que não criar uma fábula?”. E por ser uma obra que foge tanto da zona de conforto dele, quanto da minha, sempre tive curiosidade em fazer essa leitura. No entanto, a verdade é que, ao mesmo tempo em que é diferente dos outros livros de King, Os olhos do dragão também traz características típicas das tramas do autor, começando pelo narrador e sua forma de contar a história.
Para quem já está familiarizado com o Kingverso, o nome Flagg com certeza chama a atenção. Sim, é ele mesmo. E em se tratando do Rei do Terror, vocês já podem imaginar que a história que se passa em Delain está conectada a outras obras do autor – mais especificamente, a série A Torre Negra, mas, nesse reencontro com Flagg, também é possível relembrar aspectos de A Dança da Morte.
Os olhos do dragão pode não ter se tornado um favorito entre os livros do King, mas foi uma leitura bastante agradável. Em cerca de 300 páginas, o autor desenvolve uma trama que segue os moldes de um conto de fadas, ao mesmo tempo em que nos surpreende nos detalhes – e de formas que nós, leitores constantes, conhecemos muito bem e adoramos! Certamente, não é uma obra-prima de Stephen King. Mas é um lembrete do que ele mais gosta de ser, independentemente do gênero ou da quantidade de páginas: um verdadeiro contador de histórias.
Título original: Eyes of the dragon
Editora: Suma
Autor: Stephen King
Tradução: Adriana Lisboa
Publicação original: 1987