Resenha de O Clube do Crime das Quintas-Feiras – Richard Osman

Elizabeth, Ibrahim, Ron e Joyce vivem em um retiro para aposentados e, toda quinta-feira, se reúnem para discutir ópera japonesa. Pelo menos, é o que todos pensam. Na verdade, os quatro idosos aproveitam o encontro para discutir antigos casos policiais e tentar encontrar soluções para eles. No entanto, quando um empreiteiro local é assassinado, o quarteto tem a chance de colaborar com um caso atual. E, lançando mão de estratégias muitas vezes inusitadas, eles não vão medir esforços para encontrar a verdade – e, talvez, alguns segredos do passado.

Unindo mistério e protagonistas idosos, a premissa de O Clube do Crime das Quintas-Feiras chamou a minha atenção desde o início. Mas, aos poucos, as expectativas começaram a cair, já que alguns leitores acabaram se decepcionando um pouquinho com a obra de Richard Osman. Então, posso dizer que iniciei a leitura sem esperar muito.

E foi ótimo! O Clube do Crime das Quintas-Feiras foi como um “filme de sessão da tarde”: fluido, agradável e com doses certeiras de humor. Os capítulos curtos tornam a leitura viciante e dinâmica, mas, por serem sob diferentes pontos de vista, dificultam a conexão com os protagonistas. Não acho que precisamos nos conectar com os personagens de todos os livros que lemos. Porém, nesse caso, a falta de conexão influenciou diretamente na experiência como um todo.

Não posso negar que fui surpreendida pelo desenrolar do mistério, mas também é fato que determinados pontos soaram um pouco forçados para mim. Talvez, alguns sejam mais explorados em O homem que morreu duas vezes, o segundo livro da série. Mas outros eu já posso afirmar que gostaria que tivessem sido conduzidos de outra maneira.

Um livro que tinha potencial para ser mais do que foi para mim: é assim que defino O Clube do Crime das Quintas-Feiras. No entanto, é fácil entender por que se tornou um fenômeno de vendas no Reino Unido: apostando em um humor tipicamente britânico, Osman indubitavelmente evoca a aura de Miss Marple, célebre personagem de Agatha Christie, com seus quatro detetives de ocasião.

Então, O Clube do Crime das Quintas-Feiras pode não ter sido uma leitura inesquecível, mas valeu a pena. Principalmente pela forma sutil, porém certeira, com que o autor aborda o machismo e também mostra o quanto subestimamos os idosos. Para além do crime e do mistério, essas foram reflexões que o livro deixou.

Título original: The Thursday Murder Club
Editora: Intrínseca
Autor: Richard Osman
Tradução: Jaime Biaggio
Publicação original: 2020

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