Resenha de A Cachorra – Pilar Quintana

A vida de Damaris nunca foi fácil. E as tentativas frustradas de ser mãe, aos poucos, minaram o casamento com Rogelio. Com o tempo, ela passa a se dedicar basicamente à manutenção da casa de veraneio da família Reyes. É onde se sente, de certa forma, segura e confortável, ainda que dentro do caos. Até o dia em que decide adotar a cachorra.

Rapidamente, as duas se tornam inseparáveis. Com a cachorra, Damaris experimenta uma gama de novas sensações e sentimentos. A dolorosa necessidade de amar, cuidar e proteger faz com que Damaris acredite que a cachorra é um pouco como o filho que nunca pôde ter. Mas, logo, a relação entre elas se transforma, levando a mulher a um limite que desconhecia.

A Cachorra é o breve, porém intenso e visceral romance de Pilar Quintana. Ao narrar a evolução da relação entre Damaris e a cachorra, a autora colombiana passeia por sentimentos, inquietações e angústias que provavelmente permeiam a relação entre uma mãe e seu filho.

O aprofundamento desses aspectos, claro, não é exatamente o foco – pelo tamanho da obra e também pelo fato de não podermos acessar as percepções da cachorra. Mas Quintana faz um ótimo trabalho ao esmiuçar os pormenores da dinâmica entre as duas.

Com menos de 200 páginas, A Cachorra é uma história que reverbera de maneira única em cada leitor. E por isso é tão difícil falar sobre ela. Mas é fato que a relação com a cachorra é tanto uma versão possível da maternidade para Damaris, quanto uma confirmação daquilo que ela não pode ter. E essa dualidade pode salvar ou arruinar a mulher de vez.

Título original: La Perra
Editora: Intrínseca
Autora: Pilar Quintana
Tradutor: Paola Deorsola
Publicação original: 2017

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