
Os animais da Granja do Solar estão cansados de trabalhar demais e comer de menos e, incentivados pelo Velho Major, decidem se rebelar. Liderados pelos porcos, especialmente Bola-de-Neve e Napoleão, eles expulsam Jones, o proprietário, e passam a administrar o local sozinhos. A rebatizada Fazenda Animal vai de vento em popa, até o dia em que a liderança dos porcos se mostra tão tirana e opressiva quanto a dos humanos.
Li A Revolução dos Bichos pela primeira vez em 2011 e fiquei absolutamente encantada com a alegoria que George Orwell criou para retratar o totalitarismo de maneira simples e eficaz. Mas também me assustei com o fato de a história ser completamente atual, apesar de ter sido escrita em 1945. E durante a releitura, infelizmente, a sensação foi a de que a nossa realidade fica cada vez mais próxima do que vemos na Fazenda Animal.

Nas fotos, vocês veem a edição publicada pela Intrínseca recentemente, em capa dura e com jacket. O livro também conta com dois prefácios assinados pelo próprio autor, sendo um deles para a edição ucraniana, e posfácios de André Czarnobai, também tradutor da edição, e José Castello. As ilustrações de Ralph Steadman são viscerais e complementam o livro com maestria, reforçando a atmosfera única que Orwell criou nesta história.
A trama de A Revolução dos Bichos é simples, no melhor sentido da palavra. Mas, como em toda trama, os personagens fazem a diferença. Gosto muito de como o autor criou uma personalidade para cada animal: por meio dos porcos, conhecemos a inteligência dos grandes líderes, mas também a tirania dos políticos corruptos. A ignorância dos cavalos é uma clara referência à alienação do povo, e assim vai.
E isso não apenas enriquece a trama, como também permite que a história aconteça no “campo psicológico” – é possível sentir a opressão e manipulação que os outros animais sentem. E assim, George Orwell nos mostra que não é tão difícil ser corrompido quando o poder está em suas mãos.
Título original: Animal Farm: a fairy story
Editora: Intrínseca
Autor: George Orwell
Tradutor: André Czarnobai
Publicação original: 1945
