Resenha de Regente Fiúza – Gabriel Lombardi

Qual poder tem o tempo sobre nossa verdade?”

Regente Fiúza é um livro sobre fé e religião, e a forma como ambas influenciam na construção e propagação de um mito. Dividida em três partes, a trama passeia por séculos e séculos, desde um passado distante, de impérios e monarquias, até os dias de hoje.

Para além da questão da fé, Gabriel Lombardi construiu sua narrativa sobre os pilares de guerras políticas e de conflitos territoriais. Então, é preciso prestar atenção em cada palavra dita (e não dita também) pelos personagens para não perder o fio da meada.

Aliás, eu confesso que os muitos diálogos, bastante longos, nem sempre funcionaram para mim. Por um lado, isso favorece as guerras políticas, mostrando o quanto as situações se desenrolam no campo das ideias e, muitas vezes, por debaixo dos panos. Por outro, eu realmente gostaria de ter “visto” um pouco mais de ação.

Voltando à questão do tempo, acredito que seja justo dizer que ele é um dos principais personagens de Regente Fiúza. Afinal, no passado distante ou no presente, a história explora como a passagem dos anos influencia na construção da história de uma sociedade e, por consequência, da própria humanidade.

E se o tempo tem poder sobre a nossa verdade, ele pode tanto apagar, quanto propagar um mito. Então, talvez o desafio das histórias não seja sobreviver à passagem dos anos e, sim, às transformações que acontecem constantemente. Porque, sim, a humanidade influencia o mito e o mito, a humanidade. E tudo, absolutamente tudo, muda. Menos o tempo.

Autor: Gabriel Lombardi
Editora: Viseu
Ano: 2018

*parceria paga com Gabriel Lombardi

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