Em março, ainda em um mundo pré-pandemia, a Dublinense me convidou para fazer a leitura antecipada de As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle. Já fazia algum tempo que eu estava curiosa sobre a obra de Stuart Turton, que foi o livro de novembro de 2019 da TAG Inéditos, graças à resenha da Crisna, do @tinyowl.reads. Então, aceitei o convite da editora sem pensar duas vezes.
As Sete Mortes de Evelyn Hardcastle é daqueles livros difíceis de falar sobre sem soltar um spoiler. Então, vou focar na minha experiência de leitura e, para contextualizar a trama, só vou dizer que ela envolve: uma mansão, um baile de máscaras, viagem no tempo, segredos, reviravoltas e… claro, as sete mortes de Evelyn Hardcastle.
Em uma combinação entre thriller e ficção científica, o livro é uma leitura frenética, mas que exige bastante atenção. Como a montagem de um grande quebra-cabeça, as peças se encaixam e desencaixam diversas vezes até que tudo faça sentido – e é exatamente aí que está a graça da história.
Confesso que achei a obra um pouco extensa demais, e o vaivém da trama me desgastou em alguns momentos (é importante dizer que fiz a leitura no início da pandemia, que não foi a minha melhor fase de leitora). Mas também admito que as quase 500 páginas são justificadas pela complexidade do enredo e o seu desenrolar. Lá pela metade do livro, senti que o ritmo se perdeu um pouco. No entanto, a reta final compensou com as inúmeras reviravoltas e revelações.
Para além do mistério e da fantasia envolvidos, As sete mortes de Evelyn Hardcastle fala sobre perdão, moral e justiça. E nos propõe uma reflexão sobre um tema que é bastante recorrente, mas de maneira muitíssimo original: afinal, até que ponto o ambiente, as circunstâncias e o tempo podem nos transformar? Ou será que, no fim das contas, nós simplesmente somos o que somos?
Título original: The Seven Deaths of Evelyn Hardcastle
Autor: Stuart Turton
Tradutor: Hilton Lima
Editora: Dublinense
Ano: 2018