Impossível de parar. Não há outra forma de descrever o que a leitura de Outsider foi para mim.
A história começa quando o corpo mutilado de um garoto de 11 anos é encontrado em Flint City. A cena é chocante e o crime só pode ser definido como “violentamente cruel”. Mas a resolução do caso parece simples, afinal, tanto testemunhas, quanto evidências incontestáveis levam a Terry Maitland, um dos cidadãos mais queridos e respeitados da cidade. Convicto da culpa do suspeito, o detetive Ralph Anderson transforma a prisão em um espetáculo público. Porém, Maitland tem um álibi, corroborado por testemunhas e evidências tão confiáveis quanto as da acusação. E é aí que a história começa de verdade.
Eu tenho Outsider desde o lançamento no Brasil, em maio de 2018. Porém, confesso que nunca conseguia reunir ânimo suficiente para lê-lo. Talvez porque os livros de Stephen King, embora maravilhosos, nem sempre sejam os mais fluidos – e, não sei por quê, eu imaginava que Outsider se arrastaria. E agora me sinto uma boba porque foi um dos livros que devorei mais rápido nos últimos tempos!
Como sempre digo, o autor tem o poder de me fazer acreditar em absolutamente tudo. Deve ser porque usa a fantasia e o sobrenatural para falar sobre aquilo que é real. Em Outsider, a investigação é digna de um bom romance policial, e o ritmo não deixa em desejar em relação aos thrillers mais frenéticos. Mas, como estamos falando de King, o que reina é a capacidade de explorar os recônditos da alma humana.
Outsider foi um dos livros do autor que mais me deixou tensa – cheguei a dormir mal e a ter pesadelos. Isso porque o lado terror da obra é forte. Ao mesmo tempo, me lembrou bastante de À espera de um milagre, que, em certos aspectos, é uma leitura mais leve e de uma beleza singular. Talvez por me fazer refletir sobre os erros que podemos cometer mesmo quando tudo o que queremos é justiça. E sobre até onde nos cabe persegui-la.
Enfim, nada do que eu disser irá transmitir exatamente o que senti durante a leitura. Mas eu vou tentar: ler Outsider foi como permitir que King me pegasse pela mão e me guiasse por possibilidades nunca exploradas (quem dera) e tudo o que elas implicam. Então, leiam e deixem-se levar pelo absurdo que tem o poder de traduzir tantos sentimentos e questionamentos reais e que se aplicam completamente à nossa vida mundana. Permitam-se acreditar.
Título original: The Outsider
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Ano: 2018
[…] personagens preferidas de King: Holly Gibney. Nós a acompanhamos na trilogia Bill Hodges e em Outsider, e eu fiquei muito feliz de reencontrá-la em uma história só dela e que é tão característica […]