Como você reagiria se uma mulher cometesse suicídio na sua frente, em plena delegacia? E se recebesse a ligação de outra, que diz que o marido pretende matá-la?
É o que acontece com Verônica Torres, secretária da polícia em São Paulo. Movida pela vontade de fazer justiça e pela necessidade de mostrar o seu trabalho, ela decide investigar os casos por conta própria. No entanto, logo se vê envolvida em histórias muito mais complexas e cruéis do que imaginava. E, então, Verônica se pergunta: como ir até o fim sem apostar tudo o que tem? Talvez não tenha como.
Não vou mentir: pensei que Bom dia, Verônica fosse um livro para devorar. Mas não foi exatamente assim. A leitura não chega a ser arrastada, mas, em se tratando de um thriller coassinado por Raphael Montes, achei que seria muito mais fluida. Apesar de intrigante, o livro só engrenou para mim lá na página 140 – de um total de 251.
Pode ser que isso tenha acontecido porque Verônica, uma espécie de anti-heroína, não é uma personagem fácil de gostar. E talvez, esse seja exatamente o intuito. Afinal, a protagonista carrega uma série de críticas a uma série de coisas – ao sistema burocrático em que vivemos enquanto país, aos meios duvidosos para chegar a um fim, aos diferentes tipos de abusos contra a mulher… Enfim, é uma leitura dolorosa em vários aspectos.
A parceria de Raphael Montes e Ilana Casoy, sob o pseudônimo de Andrea Killmore, resultou em uma história chocante e surpreendente, com requintes de crueldade – inclusive, se você tem problemas com violência extrema, não recomendo a leitura. E o mais triste é saber que mulheres como Marta, Janete e outras retratadas na trama são vítimas de situações similares na vida real.
Recentemente, foi anunciado que Bom dia, Verônica será adaptado pela Netflix. E eu já estou na expectativa porque o livro parece ser perfeito para ser transformado em série de televisão. O lançamento está previsto para 2020.
Autores: Ilana Casoy e Raphael Montes
Editora: Darkside Books
Ano: 2016