Resenha de 1977: Enfield – Guy Lyon Playfair

Móveis que se arrastavam sozinhos. Batidas incessantes na parede. Chinelos e travesseiros que pareciam atravessar concreto. E até mesmo vozes que, supostamente, pertenciam a espíritos.

Esses foram apenas alguns dos fenômenos inexplicáveis que começaram a acontecer na casa da família de Peggy Harper, em Enfield, na Inglaterra, no ano de 1977. Guy Lyon Playfair e Maurice Grosse, pesquisadores de atividades psíquicas, investigaram o caso por três anos. E em 1977: Enfield, Playfair reúne todas as impressionantes manifestações documentadas.

Lançado em 1980, o livro ganhou um prefácio em 2011, escrito pelo próprio autor. No texto, ele diz que muitos leitores podem achar a obra “entediante”, já que se trata de um relato verdadeiro e, por isso, um tanto desorganizado e até monótono. E, de fato, poltergeists podem ser muito repetitivos. Mas monotonia foi algo que realmente não encontrei em 1977: Enfield.

Talvez você conheça a história por conta de Invocação do Mal 2. E, embora Ed e Lorraine Warren tenham tido uma participação muito menor no caso, a grande maioria dos fatos ali relatados realmente aconteceu. O filme mostra, inclusive, a desconfiança de que Janet, uma das filhas de Peggy, fosse a verdadeira responsável pelos “fenômenos” – e, sendo assim, o caso não passaria de uma farsa. Playfair também bate bastante nessa tecla e, em muitos momentos, se dispõe a “desmascarar” Jane.

Unindo a ciência ao paranormal, 1977: Enfield não traz conclusões e respostas e, sim, perguntas e reflexões. Se você acredita no sobrenatural, provavelmente, irá terminar a leitura acreditando um pouco mais. E se for do time dos céticos, terá razões para manter sua posição também. E essa é a melhor parte do extenso e, apesar de tudo, imparcial relato de Playfair: fornecer todo o material para que cada pessoa tire suas próprias conclusões.

Desde criança, sou fascinada por terror e histórias sobrenaturais. E confesso que, muitas vezes, me pergunto de onde vem esse fascínio. Bom,histórias como a de 1977: Enfield são a resposta: não é (só) sobre susto e medo. É sobre me permitir explorar o desconhecido, mesmo que nunca descubra, ao menos nesta dimensão, se é possível sobreviver à morte.

Título original: This house is haunted: The Investigation of the Enfield Poltergeist
Autor: Guy Lyon Playfair
Editora: DarkSide Books
Ano: 1980

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2 comments

  1. […] É quase impossível ter certeza de qualquer coisa nesse caso. Mas o que posso dizer é que, independentemente de ser verdade ou mentira, Amityville não me envolveu. Anson parece se esforçar demais para convencer o leitor de que tudo aquilo realmente aconteceu, em vez de simplesmente relatar a história e deixar que tiremos nossas conclusões – como Guy Lyon Playfair faz em 1977: Enfield. […]

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