“Grace, eu fiz algo terrível…”

Desde a morte de Charlie, Grace não consegue parar de pensar nas palavras que a melhor amiga lhe disse pouco antes de morrer. Para tentar desvendar o mistério, Grace recupera a caixa de memórias que as duas haviam enterrado há 10 anos. E é lá que descobre uma carta em que a amiga fala sobre o sonho de conhecer o pai. Em busca da verdade, Grace acaba encontrando Anna, a meia-irmã de Charlie. Uma forte amizade nasce entre elas e, logo, Anna está morando no chalé de Grace e seu namorado, Dan. Mas, aos poucos, ela percebe que não poderia estar mais longe da verdade.

Desde a primeira página, Louise Jensen nos envolve com uma atmosfera sombria e pesada. É quase possível sentir na pele a angústia e a tristeza de Grace. A história em si é um verdadeiro quebra-cabeça, e é impossível não ficar louco para encaixar peça por peça. Como a trama é dividida entre passado e presente, os fatos vão se conectando aos poucos – e não sem muitas reviravoltas e manipulações.

A cada capítulo, a cada passo rumo à verdade, eu me pegava revendo minhas conclusões até então e “mudando de lado”. Quando, enfim, saquei a verdade, a raiva transbordou, como se tudo aquilo fosse real. Sabe aquela vontade de pegar a personagem pelos ombros e chacoalhá-la? Pois é.e Uma pena que o desfecho tenha sido um pouco simplório,na minha opinião – mas nada que comprometa a leitura.

A Irmã é um ótimo thriller psicológico, e não há dúvidas sobre isso.  No entanto, para além dos mistérios e surpresas, é também um bom livro sobre luto e perda. Sobre como a tristeza nos paralisa e também nos cega. Na verdade, esse é o ponto de partida da história criada por Louise Jensen, e é o que permite que todos os acontecimentos da trama ganhem espaço e façam sentido.

Título original: The Sister
Editora: Única
Autor: Louise Jensen
Ano: 2016
Avaliação: 4 estrelas