Jack e Paciência vão ser pais e, apesar da falta de dinheiro, estão radiantes com a notícia. Mas a bolha de felicidade estoura quando ele volta para casa e descobre que a esposa foi assassinada. Obcecado por descobrir quem a matou, Jack não se cansa de refazer seus passos e de se torturar por não encontrar a verdade. É quando ele descobre uma maneira de voltar no tempo e, quem sabe, impedir a morte de Paciência. No entanto, mais do que mudar o curso da história, Jack tem a oportunidade de conhecer novos detalhes da vida da esposa e, assim, também descobrir mais sobre si mesmo.
Acredito que todo mundo já tenha, pelo menos uma vez, desejado a chance de refazer uma parte da história. E é por isso que as tramas que envolvem viagem no tempo sempre nos instigam. Afinal, é uma fantasia que a maioria, se não todos, compartilha. E em Paciência, Daniel Clowes leva o recurso ao extremo: não deixa de explorar a Teoria do Caos e o clássico “e se…?”, mas explora ainda mais a solidariedade e a empatia. Afinal, as razões de Jack não poderiam ser mais nobres, no entanto, também existem erros no meio do caminho. Mas será que você não faria o mesmo no lugar do protagonista?
Envolvente desde a primeira página, Paciência já começa arrebatando. Impossível não devorar a graphic novel e difícil não se sentir tocado pela história do casal protagonista. Sabe aquela sensação de que algo sempre acontece quando tudo parece bom demais para ser verdade? Pois foi assim que me senti com a leitura. Assim como Ghost World, Paciência traz personagens com passados obscuros e atitudes duvidosas. Mas, por outro lado, conta com uma trama muito mais consistente e que não deixa de ser uma poderosa história de amor.
Título original: Patience
Editora: Nemo
Autor: Daniel Clowes
Ano: 2016
Páginas: 187
Avaliação: 4 estrelas
*Paciência faz parte do projeto #Lendo1GraphicNovelPorMês
Republicou isto em Memórias ao Vento.
[…] é exagero dizer que David Boring é uma combinação entre elementos de Ghost World e de Paciência, duas outras obras de Daniel Clowes que eu li. Da primeira, David Boring traz o coming of age, […]