Quando tinha 17 anos, Marilyn se apaixonou por James, com quem viveu uma verdadeira história de amor. No entanto, os dois foram separados por uma grande tragédia. Marilyn, então, seguiu o seu caminho e decidiu criar sua filha, Angie, sozinha. Dezessete anos depois, tudo o que Angie sabe sobre seu pai é que ele morreu antes mesmo de ela nascer. Mas ela está desesperada por saber mais sobre suas raízes e sua ascendência afro-americana. Por isso, quando desconfia que seu pai pode estar vivo, Angie não pensa duas vezes antes viajar a Los Angeles em busca da verdade sobre seu passado – e, para acompanhá-la nessa jornada, ela convida ninguém menos do que Sam, seu ex-namorado.
Aos dezessete anos pode parecer apenas uma história que envolve road trip, descobertas, coming of age e uma pitada de romance. E é, mas também é muito mais! Com as trajetórias de Marilyn e Angie, Ava Dellaira não só viaja entre passado e presente como também explora a relação entre mãe e filha. O relacionamento entre Marilyn e a mãe, Sylvie, é não só complicado, como também ambíguo: regado a ganância, egoísmo, preconceito e até certo abuso, sim, mas ainda uma conexão única e poderosa. E a autora consegue transmitir com perfeição os sentimentos conflitantes de Marilyn para o leitor! Já o relacionamento entre Angie e Marilyn é ainda mais complexo, porque traz toda a bagagem do passado.
Confesso que Angie me irritou durante a leitura inteirinha. A todo momento, ela cita que é apenas uma gota no oceano de bilhões e bilhões de pessoas. Mas age de maneira egoísta, como se só os sentimentos dela importassem nesse vasto oceano. E foi por isso que Aos dezessete anos foi também um exercício de empatia: mesmo querendo esganar Angie, me esforcei para me colocar em seu lugar e, em vez de apenas julgá-la, também compreendê-la. E com Marilyn, foi o mesmo processo. Ao lado de James, ela foi minha personagem favorita, mas, muitas vezes, não concordei com suas atitudes. No entanto, ao colocar tudo em perspectiva, fui capaz de enxergar o sentido em seus sentimentos e ações. E isso tudo só foi possível porque Ava Dellaira construiu personagens tridimensionais e tramas complexas, que permitiram que tudo fosse muito bem amarrado!
Aos dezessete anos não mexeu tanto comigo quanto Cartas de amor aos mortos, também de Ava Dellaira. Mas com certeza me fez pensar bastante sobre o egoísmo que existe no amor. Sobre como, muitas vezes, erramos tentando acertar. Em muitos momentos da leitura, fiquei com um nó na garganta, um peso no peito. Porque, nessa história, existem injustiças demais. Mas também encontramos esperança e aquele amor capaz de curar e reconstruir.
Título original: In search of
Editora: Seguinte
Autor: Ava Dellaira
Ano: 2018
Páginas: 448
Avaliação: 4 estrelas
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