A segregação racial sempre existiu e, talvez, sempre exista. E se por um lado é impossível entender como o preconceito tomou tais proporções, por outro, há sempre a esperança de dias melhores. E eu acredito que A Marcha, de John Lewis, seja exatamente sobre isso!

John Lewis sempre atuou na área de direitos civis e, como membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, se tornou um dos símbolos dos movimentos pelo fim da segregação racial. No primeiro volume de A Marcha, o parlamentar narra boa parte de sua trajetória, desde a infância no Alabama e o encontro com Martin Luther King Jr. até a chegada ao Congresso norte-americano.

O formato de graphic novel foi uma ótima escolha para A Marcha porque, como gosto de dizer, traz leveza ao que é pesado e densidade ao que é leve. As ilustrações em preto e branco de Nate Powell são incríveis e traduzem muito bem a atmosfera da história. Mas o que mais me encantou foi a forma como a honestidade e a humildade parecem transbordar da narrativa criada por John Lewis e Andrew Aydin.

O encontro com Martin Luther King Jr. é, claro, o destaque de A Marcha. E foi incrível “testemunhar” a troca que aconteceu entre os dois: Martin Luther King Jr. pode ter sido a grande inspiração do jovem John Lewis, mas também foi muito inspirado por ele. Afinal, não existe nada mais incrível e motivador do que encontrar pessoas que compartilhem nossos ideais e que estejam dispostos a levá-los adiante – que é exatamente o que o parlamentar faz até hoje!

Sem abrir mão da realidade, A Marcha nos apresenta o lado inspirador da luta contra o racismo. E se mostra como o preconceito agride e choca, também nos faz ver que a luta contra a segregação é capaz de unir e transformar.

Título original: March: Book One
Editora: Nemo
Volumes seguintes: A Marcha (Livro 2) e March: Book Three
Autores: John Lewis, Andrew Aydin e Nate Powell
Ano: 2013
Páginas: 128
Tempo de leitura: 1 dia
Avaliação: 5 estrelas