Resenha de É assim que acaba – Colleen Hoover

violência doméstica marcou a infância e a adolescência de Lily Bloom – e ela nunca foi capaz de entender por que sua mãe nunca tivera coragem de abandonar seu pai. A dinâmica dos dois foi o suficiente para que ela deixasse o Maine para morar em Boston, onde realizou o sonho de ter uma floricultura. Quando se apaixona pelo neurocirurgião Ryle Kincaid e é correspondida, Lily sente que tudo é bom demais para ser verdade. Aos poucos, porém, os segredos e o passado dos dois vêm à tona – e o maior deles atende pelo nome de Atlas Corrigan. E, então, Lily e Ryle descobrem que a verdade nua e crua machuca, em todos os sentidos.

Fazia 3 anos que eu não lia Colleen Hoover – desde a péssima experiência com Confesse. Mas o fato de É assim que acaba ter muito da história da autora me chamou a atenção. E, com os comentários positivos, decidi me render. Não se tornou o livro da minha vida, mas foi o suficiente para colocar um ponto final no “trauma”. É difícil falar sobre a história sem estragar algumas surpresas. Então, vou apenas dizer que, apesar de algumas previsibilidades, eu não esperava as revelações que vieram ao longo do livro – o que não é surpreendente em se tratando de Colleen Hoover.

Com conhecimento de causa, a autora criou uma linda relação para Lily e a mãe – com certeza, meu aspecto favorito de É assim que acaba. As conversas que nunca aconteceram marcaram a relação das duas. No entanto, foi nas poucas, porém poderosas, palavras da mãe que Lily encontrou as respostas que procurava. E foi também no que sempre julgou ser a fraqueza dela que descobriu a maior força de ambas.

A passagem do tempo é um pouco acelerada em É assim que acaba. E isso talvez tenha minimizado a jornada de Lily. Nada foi extremamente fácil para ela, longe disso. Mas confesso que senti falta de um aprofundamento ainda maior nas questões da personagem. No entanto, nada disso diminui a coragem que Colleen Hoover mostrou – não só ao falar sobre assuntos tabu, mas principalmente ao compartilhar uma parte tão delicada de sua história pessoal.

Parece injusto que 5 minutos possam nos despedaçar, enquanto uma vida pode não ser tempo suficiente para nos reconstruir. Mas tem que valer a pena, não tem? Porque só nós podemos terminar aquilo que começamos. E só nós podemos destruir aquilo que nos destrói.

Título original: It ends with us
Editora: Galera Record
Autora: Colleen Hoover
Publicação original: 2016

5 comments

  1. Já tem um tempo que tenho receio de fazer uma resenha sobre esse livro, devido as críticas que com certeza vou receber.
    É um livro que prende o leitor, bem escrito, com uma sensibilidade única, e chocante, mas…. contado do ponto de vista de uma mulher defendendo e preservando a imagem sua mãe.
    Ele é tido como realista, mas retrata de forma realista a violência doméstica de forma realista uns 45%. Do ponto de vista de alguém que já estudou violência doméstica pra caramba e que trabalhou com vitimas dela por um tempo (não aguentei mesmo).
    Mas não acho que no momento atual o mundo aceitaria um livro realista sobre violência doméstica, então a Collen cumpriu o seu papel de denunciar isso para o siciedade

    • Eu entendo seu ponto e concordo.
      Não considero É assim que acaba um livro extremamente realista. Aliás, não considero nenhum livro da autora extremamente realista, hahaha!
      Mas acho que, no caso desse, a ideia dela era mostrar que a violência doméstica acontece, e acontece onde menos esperamos. E acho que isso ela cumpriu!

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