Resenha de O Homem de Giz – C. J. Tudor

O ano é 1986 e o cenário é a pequena cidade de Anderbury, onde moram Eddie e seus amigos, Gav Gordo, Hoppo, Mickey Metal e Nicky. Sempre em busca de aventuras, eles começam a se comunicar por um código secreto: pequenos homens de giz rabiscados no asfalto. Certo dia, porém, os desenhos os levam ao bosque, onde encontram um corpo mutilado – e ninguém sabe quem foi o responsável pelas mensagens. Trinta anos depois, Eddie ainda luta para superar o passado. No entanto, quando ele e os amigos recebem uma carta com um homem de giz enforcado, a tarefa se torna ainda mais complicada.

O Homem de Giz é um dos thrillers mais comentados do ano! Mas é impossível falar sobre a obra de C. J. Tudor sem mencionar as semelhanças com It: A Coisa, de Stephen King. Primeiro, porque a história gira em torno de um grupo de crianças, em que Nicky é não apenas a única menina, como também é ruiva – e qualquer outra semelhança com Beverly talvez não seja mera coincidência. A segunda similaridade está no fato de a trama se passar em uma pequena cidade, o que é uma marca de King e que sempre contribui para a criação de uma atmosfera. E, por último, vemos as crianças enfrentando uma situação extrema que, décadas depois, volta para assombrá-las. A grande diferença é que C. J. Tudor não desenvolve a trama com a mesma maestria – até porque seria impossível em menos de 300 páginas.

Mas isso não quer dizer que o livro seja ruim. C. J. Tudor se revela muito boa em explorar a mente de Eddie, manipulando o leitor em relação ao que é fantasia do personagem ou não. O ponto alto da história, aliás, é justamente a forma como a autora usa recursos do terror para enriquecer seu thriller – o que não preciso dizer que amei! Com diversas subtramasO Homem de Giz é narrado tanto no passado, quanto no presente, o que sempre prende a atenção e aumenta a curiosidade. Nada na história se desenrola de maneira óbvia e a autora surpreende em muitos momentos. Mas se não faltam reviravoltas, sobram perguntas. E, por mais que eu goste de finais em aberto, acho que O Homem de Giz exagerou na dose.

Título original: The Chalk Man
Editora: Intrínseca
Autora: C. J. Tudor
Publicação original: 2018

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