O que parece uma manhã completamente normal na residência dos Bantry se revela o início de um mistério quando o corpo de uma jovem desconhecida é encontrado na biblioteca da casa. A polícia começa a investigar o caso, assim como Miss Marple, que, além de amiga da Sra. Bantry, é também uma espécie de detetive amadora. O mistério fica ainda mais intrigante quando um segundo corpo é encontrado carbonizado em um carro incendiado. Será que se trata de dois assassinatos? E estariam eles conectados?

Como não gostei muito de Morte no Nilo, meu último livro de Agatha Christie, esperava tirar essa “má impressão” com Um corpo na biblioteca. A leitura não foi tão boa quanto  E não sobrou nenhum e Assassinato no Expresso do Oriente, mas me deixou envolvida e intrigada como todo livro de crime e mistério deve fazer.

Um corpo na biblioteca foi minha estreia no universo de Miss Marple. Enquanto Hercule Poirot é um “detetive padrão”, que trabalha basicamente com lógica e observação, Miss Marple é mais intuitiva e muito menos técnica – por isso mesmo, é considerada amadora. E talvez por se tratar de uma senhorinha muito carismática, a personagem deixa a trama mais leve e descontraída.

O que me incomodou um pouco em Um corpo na biblioteca é que, por mais que acompanhemos a investigação, não recebemos pistas o suficiente para formular nossos próprios palpites. É verdade que o desfecho surpreende, ao mesmo tempo em que faz sentido. Mas, em partes, isso acontece porque não temos um material com o qual trabalhar. Na verdade, acho que esse aspecto faz parte do estilo de Agatha Christie, porque todos os seus livros são assim, em maior ou menor grau. Mas eu confesso que sinto falta de bancar a detetive…

Título original: The body in the library
Editora: Nova Fronteira
Autora: Agatha Chrstie
Publicação original: 1942