Jule West Williams e Imogen Sokoloff se conheceram no colégio, mas só se tornaram amigas quando se reencontraram, anos depois. As duas não tinham muito em comum, mas o fato de serem órfãs foi o suficiente para que se tornassem inseparáveis. Até o dia em que Imogen cometeu suicídio, deixando Jule sozinha e totalmente sem respostas.
Depois de ler (e amar!) Mentirosos e O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks, aprendi que E. Lockhart é tão imprevisível quanto genial. Apesar de terem, sim, pontos em comum, os dois livros anteriores da autora têm propostas diferentes e seguem por caminhos distintos. E o mesmo acontece com Fraude Legítima. A história de Jule West Williams começa do final e acompanhamos a trama de trás para frente. Talvez por isso, o início do livro seja um pouco confuso, o que nem chega a ser um ponto negativo, já que deixa o leitor ainda mais curioso e intrigado.
Assim como O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks, Fraude Legítima bate bastante na tecla do feminismo e traz planos mirabolantes e megalomaníacos. E, se em Mentirosos, vemos a lealdade que existe entre Cadence, Mirren, Johnny e Gat, desta vez, conhecemos o lado doentio de E. Lockhart, que retrata uma verdadeira obsessão. É verdade que Fraude Legítima não tem tanto da escrita sinestésica e metafórica que a autora usa em Mentirosos, mas também conta com riqueza de detalhes e a leitura é fácil e rápida.
É difícil falar sobre Fraude Legítima sem dar spoiler. Então vou apenas dizer que o novo livro de E. Lockhart não supera Mentirosos e O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks, mas também não decepciona. Como sabe manipular o leitor, a autora surpreende, ao mesmo tempo em que deixa pistas sobre a verdade por trás da história. Digamos que é um bom young adult com pitadas de ação e thriller.
Título original: Genuine Fraud
Editora: Seguinte
Autora: E. Lockhart
Publicação original: 2017
[…] crime que me pegou de surpresa: Fraude Legítima, E. Lockhart | Desde o começo do livro (e em se tratando de E. Lockhart), já dá para perceber […]