Depois de listar 8 motivos para ler Tartarugas até lá embaixo, chegou a hora de falar sobre os personagens do novo livro do John Green. Como de costume, o autor foi capaz de criar figuras tridimensionais, que erram, acertam e enfrentam os problemas de maneira extremamente real. Esse é um dos pontos que torna sempre tão fácil se identificar com as histórias de John Green – e Tartarugas até lá embaixo não nos deixa mentir!
No novo livro do autor, acompanhamos a história de Aza Holmes, que sofre de TOC e de transtorno de pânico e ansiedade. Assim como em A culpa é das estrelas, John Green tem um prato cheio para dar vida a uma personagem pedante e dramática. Mas, mais uma vez, ele foge dos estereótipos e mostra que é possível, sim, (embora difícil) conviver com problemas capazes de afetar vida em larga escala. Aza é vulnerável, mas encontra força na resiliência, o que a transforma em uma heroína improvável, mas real e verdadeiramente inspiradora. Outro ponto-chave da protagonista é a sinceridade, que aparece tanto na construção da personagem quanto em sua personalidade. E assim, Aza inspira o leitor a ser mais compreensivo, solidário e, principalmente, empático.
A mãe de Aza peca pela superproteção, mas estranho seria se fosse o contrário. Afinal, após perder o marido, ela se tornou inteiramente responsável pela filha, que desenvolveu distúrbios que demandam atenção. No entanto, apesar de não ser capaz de compreender completamente os problemas de Aza, a mãe não deixa dúvidas de que o mais importante é o bem-estar da filha. Sendo assim, foi impossível não me solidarizar com ela!
Daisy é a melhor amiga de Aza e, com certeza, a personagem que mais me irritou. Sim, ela tem razão em alguns pontos e, definitivamente, é fundamental para a melhora da protagonista. Mas, para mim, ela comete o erro mais grave que alguém nessa situação poderia cometer: menospreza e minimiza os problemas de Aza.
Por fim, temos Davis Pickett, cujo pai desaparecido é o ponto de partida do livro. No começo da história, ele parece apenas um garoto rico e mimado que a) vai partir o coração de Aza ou b) vai conquistar o coração de Aza. Mas, no final das contas, não é bem assim. Tão tridimensional quanto a protagonista, Davis se destaca na trama, tornando-a mais rica, complexa e profunda. A vida e as questões dele são diferentes das de Aza, no entanto, isso não quer dizer que eles não possam compartilhar os mesmos valores.
Bom, acho que ficou bem claro que meus personagens preferidos e Tartarugas até lá embaixo são Aza e Davis, né?
Oi, gostei muito da sua resenha. Mas devo admitir que a minha personagem favorita é a Daisy (rsrsrsrs). Claro que ela fez uma coisa muuuuuito errada (tipo, ela super menosprezou o problema da amiga dela de anos! A N S I E D A D E HOSPITALARRR), mas não sei como me expressar direito, bem, acredito que todos nós como seres humanos fazemos isso o tempo todo, entende? Diminuir as dores das pessoas pelo fato de não conseguirmos entendê-las. Ela foi idiota, mas todo mundo é idiota de vez em quando :(. Creio que esse pensamento acabou me levando a amar ainda mais a obra do John Green: a maneira como ele consegue criar personagens tão reais, com defeitos tão reais.
Continuo não gostando da Deise, mas AMEI ler sua opinião hahaha uma nova forma de pensar na história e enaltecer as habilidades do John Green!!