A vida de Eleanor Flood tinha tudo para ser perfeita, mas, na verdade, é um caos – e a culpa é toda dela. Então, Eleanor decide que “hoje vai ser diferente”: ela irá vestir roupas bonitas, não faltará ‘a aula de ioga, deixará o filho, Timby, na escola, e não vai arranjar uma desculpa para não almoçar com a amiga. No entanto, antes de colocar tudo isso em prática, Eleanor é surpreendida pelo filho, que finge estar doente para passar um tempo com ela, e pelo marido, que decidiu “tirar férias”, mas parece ter se esquecido de avisá-la.
Em 2014, Cadê você, Bernadette?, também de Maria Semple, me surpreendeu com sua história densa, mas ao mesmo tempo leve e descontraída. Por isso, quando vi que a Intrínseca iria lançar um novo livro da autora, não pensei duas vezes antes de colocá-lo na lista de leituras. E seria exagero dizer que foi uma decepção, mas confesso que cheguei ao fim meio que sem saber o que pensar.
Hoje vai ser diferente é daquelas histórias em que tudo e nada acontecem. Ou seja, a trama é cheia de acontecimentos que tornam a leitura fluida e divertida. Mas, ao mesmo tempo, essa série de fatos não enriquece o enredo, que praticamente perde o propósito. Acredito que isso aconteça porque os acontecimentos não soam reais ou plausíveis, o que dificulta – talvez impossibilite – a identificação com Eleanor.
No entanto, o que mais me incomodou no livro foi o desfecho. Primeiro porque eu esperava encontrar nele algum sentido, uma moral da história – o que não aconteceu. Mas o que realmente me decepcionou foram as atitudes de Eleanor. Não vou me aprofundar para não dar spoiler, então, vou apenas dizer que Maria Semple perdeu a oportunidade de resgatar sua personagem da letargia.
Título original: Today will be different
Editora: Intrínseca
Autora: Maria Semple
Publicação original: 2016
[…] Hoje vai ser diferente […]
[…] o que esperar da nova obra da autora. Mas não foi bem assim… Diferente dos livros acima, Hoje vai ser diferente não foi uma leitura arrastada e cansativa. Pelo contrário: foi descontraída e divertida. No […]