Paris era o destino inicial para 2017. Mas, como demorei muito para definir a data das minhas férias, acabou ficando muito em cima para programar uma viagem a Europa :( Já estava pensando em ir mais uma vez a Buenos Aires (sou apaixonada por lá e ainda devo uma visita ao El Ateneo!!), até que o Gabriel, meu namorado, sugeriu Bariloche. Conheço um pouquinho da Patagônia (Ushuaia, também na Argentina, e Puerto Chacabuco, no Chile), mas, das duas vezes, fui no verão. Então, a possibilidade de, enfim, conhecer a neve foi o suficiente para me convencer de que Bariloche era o lugar certo! E aqui nesse post, reuni um pouquinho (ok, um montão!!) do que vi por lá!

IDA E VOLTA
A cerca de 2 horas de Buenos Aires, Bariloche é um destino de fácil acesso. No entanto, partindo do Brasil, é preciso pegar um voo até a capital argentina e outro até lá (apenas pacotes de agências de turismo oferecem voos diretos). Uma dica importante: a maioria dos voos de Buenos Aires para Bariloche parte do Aeroparque. Então, na hora de comprar a passagem da sua cidade até a capital argentina, tenha certeza de que seu desembarque não será em Ezeiza.
Compramos as passagens pela Gol, com o trecho Buenos Aires > Bariloche operado pela Aerolíneas Argentinas, e tivemos alguns problemas. Primeiro, não conseguimos fazer o check-in pelo site e tivemos que emitir os vouchers no balcão do aeroporto. Chato, mas tudo bem. O pior mesmo foi que, chegando no Aeroparque, descobrimos que nosso bilhete da Gol não servia para embarcar no voo da Aerolineas (até agora, não entendi o porquê). Sorte que checamos o número do voo antes, senão, teria sido um grande transtorno! Enfim, emitimos novos vouchers e deu tudo certo, mas o problema se repetiu na volta. E para piorar, a Gol não tem guichês fixos no Aeroparque, por isso, tivemos que esperar um bocadinho para poder emitir as passagens certas. Por sorte, tínhamos 3 horas de conexão!
O HOTEL

Uma das coisas que mais gosto de fazer quando vou viajar é escolher o hotel. Não abro mão de conforto e boa localização, por isso, economizar não é uma prioridade – dentro do aceitável e pagável, é claro! E como é uma cidade que vive basicamente do turismo, Bariloche tem opções para todos os gostos e bolsos.
Sempre prefiro me hospedar no centro da cidade. Mas, no caso de Bariloche, não é lá que estão as melhores opções – levando em consideração as minhas “exigências”, é claro! Na primeira vez que pesquisei hotéis na cidade, me apaixonei pelo Design Suites (ok, eu admito que a piscina e a banheira me conquistaram!). Mas logo começamos a pensar em nos hospedar no Llao Llao, que é tão tradicional que até se tornou um dos pontos turísticos da região! No entanto, o hotel fica a 25 km do centro, o que não contribui muito para a praticidade da viagem (mas é ótima opção para quem pretende esquiar mais de um dia no Cerro Catedral). E foi isso o que me fez escolher o Design Suites sem pestanejar.

Como o nome já dá a entender, o hotel preza pelo design. A arquitetura combina o mix entre madeira e pedra, que é típico de Bariloche, com pegada contemporânea e ar sofisticado. A 2,5 km do centro, o Design Suites oferece tanto a boa localização, quanto a tranquilidade e a linda vista da cidade. O hotel é dividido entre a Club House, onde ficam a recepção, o restaurante, a piscina (que é realmente maravilhosa!) e todas as facilidades; e quatro módulos, onde ficam as suítes. Confesso que ainda não decidi se gosto ou não desse formato. Por um lado, é gostoso caminhar ao ar livre para tomar o café da manhã, por exemplo, e também se tem ainda mais tranquilidade e privacidade. Mas, por outro, não é tão prático, principalmente quando se quer usar a piscina. De qualquer forma, não é nada que atrapalhe a estadia e o hotel disponibiliza uma van para os hóspedes que não quiserem andar do módulo até a Club House.
O restaurante é outro ponto alto do Design Suites. Apesar de não ter taaaanta variedade, o café da manhã não deixa a desejar e oferece o essencial. Quando viajo, não costumo usufruir muito do restaurante do hotel, mas, no caso de Bariloche, foi diferente. Por mais que fique próximo ao centro, a caminhada de 2,5 km à noite não é a mais agradável das ideias. Então, optamos por jantar todos os dias no próprio hotel. Os preços são justos e o menu tem especialidades típicas, como o cordeiro patagônico e as empanadas de cordeiro (recomendo muito!!).
O centro de Bariloche está lotado de agências de turismo – e você vai precisar delas em caso de vários passeios. Mas, para facilitar a vida, o Design Suites conta com sua própria agência, que, na verdade, apenas faz o intermédio entre o turista e a empresa que oferece a programação. Por lá, é possível comprar passeios como o Cerro Catedral, o Circuito Chico e a navegação pelo lago Nahuel Huapi.

O Design Suites tem 5 diferentes tipos de hospedagem. Nós escolhemos a Suíte Junior, que é bem espaçosa e tem hidromassagem no quarto (sim, banheira é diferencial na hora de escolher o hotel, haha!). As janelas que vão do chão ao teto proporcionam uma vista de tirar o fôlego. O quarto todo tem sistema de aquecimento e o piso do banheiro também é quentinho – o que faz toda a diferença quando está fazendo menos de 5ºC ao ar livre.

O DINHEIRO
O peso está bem desvalorizado (1 peso = 4 reais em média), mas isso não quer dizer que você vai encontrar pechinchas. Sempre que vou viajar, gosto de dar uma passada em um McDonald’s para (comer) ter uma ideia de quanto o meu dinheiro está valendo, haha! Desta vez, uma McOferta de Quarterão estava cerca de 35 reais. Ou seja, caro. De qualquer forma, dá para se alimentar e fazer algumas compras sem gastar quantias exorbitantes. Só não deixe que a cotação te iluda.
Trocamos 500 reais antes de viajar e, lá, sacamos mais 1500 pesos – e, no final, acabou sobrando um pouco de dinheiro. Aliás, aqui vai uma boa dica: se o seu cartão tem bandeira Maestro, é possível sacar em pesos no Banco de la Nacion Argentina ou no Banco de la Pampa – os dois ficam na rua Mitre, no centro da cidade. A grande maioria dos comércios aceita cartão, mas não parecem saber muito bem a diferença entre débito e crédito (eu pedi débito em vários, mas depois vi que foram no crédito). Alguns lugares também recebem em reais, mas a oferta não foi tão grande quanto em Buenos Aires, por exemplo.
O CLIMA
Nos dias que passamos em Bariloche, a temperatura ficou entre 6ºC e -1ºC, o que acredito ser a média da cidade no inverno – mas os ventos fortes podem reduzir bastante a sensação térmica! Então, minha dica é não subestimar o frio e levar tudo a que se tem direito – gorro, protetor de orelha, polaina, luvas, etc.
O QUE LEVAR NA MALA
Nós nunca havíamos viajado para a neve, por isso, não sabíamos exatamente o que esperar nem o que levar na mala. Optamos por nos virar com o que já tínhamos com a ajuda da segunda pele, o que funcionou bem para o Gabriel. Como eu não achei nada no meu tamanho, tive realmente que me virar com o que eu já tinha. Mas deu tudo certo e, no geral, usei: meia-calça fio 80 + legging comum + polainas + coturnos + segunda pele (daquelas tipo meia-calça) + camiseta + cardigã + casacão + luvas + gorro ou protetor de orelha + cachecol. Ufa!
Fiquei em dúvida se deveria ou não comprar botas para neve, mas decidi arriscar com meus coturnos velhos de guerra. Eles deram conta do recado, inclusive na neve e no dia em que pegamos chuva. Aliás, sapatos confortáveis, específicos para neve ou não, são imprescindíveis em uma cidade como Bariloche. Afinal, mesmo que você opte por se locomover de táxi ou remis pela cidade, a maioria dos passeios pede roupas práticas e confortáveis.
De qualquer forma, de frio ninguém vai morrer. Isso porque, para quem preferir (ou for esquiar), o centro da cidade está cheio de lojas que alugam roupas especiais para neve.
DIA 1: centro da cidade

No primeiro dia oficial em Bariloche, fomos conhecer o centro da cidade e também nos informar sobre o Teleférico Cerro Otto (abaixo!). Como o dia estava lindo, optamos por caminhar pela avenida Ezequiel Bustillo, a principal de Bariloche (e também onde ficam muitos dos hotéis, inclusive o Design Suites). É verdade que grande parte da via não tem uma calçada propriamente dita. Mas existe um espaço considerável, onde é possível andar numa boa, e os motoristas são bastante educados e cuidadosos. Ao longo da avenida, é impossível não parar para algumas fotos da paisagem: o lago Nahuel Huapi com as montanhas de picos nevados ao fundo <3 E a boa notícia é que a via tem vários espaços e mirantes onde é 100% seguro parar para alguns cliques.

O Centro Cívico, com suas charmosas construções de pedra e madeira, marcam o “início” do centro de Bariloche. A Mitre é a rua principal, onde ficam lojinhas, bancos, restaurantes, agências de turismo e tudo o mais. É lá também que está a Galeria del Sol, que compensa a falta de lojas interessantes com a arquitetura deslumbrante.

Como chegamos em Bariloche à noite, não pude ver muito da cidade em um primeiro momento. Porém, mesmo com a pouca luz, me apaixonei pela Catedral Nuestra Señora del Nahuel Huapi – e olha que não sou do tipo que aprecia Igrejas. Então, durante o passeio pelo centro da cidade, não pude deixar de registrar essa beleza!

DIA 2: Teleférico Cerro Otto
No segundo dia, fomos ao Teleférico Cerro Otto, que acabou sendo mais legal do que eu imaginava! É possível chegar lá de táxi/remis ou transporte público, mas optamos pelo ônibus gratuito que sai do centro da cidade. É bem prático porque, no cruzamento entre as ruas Mitre e Villegas, você compra o bilhete (400 pesos por pessoa) para o teleférico e já embarca no ônibus (ele também também faz uma parada no cruzamento da Mitre com a Quaglia). O transporte começa a funcionar às 10h da manhã – de meia em meia hora até 12h30 e, depois, de uma em uma hora.
O caminho é rápido e, para quem estiver hospedado no centro da cidade, é também uma ótima oportunidade para dar uma espiada no lago Nahuel Huapi. Chegando ao Cerro Otto, é só embarcar no teleférico (que é uma cabine fechada) e apreciar a vista durante os 11 minutos até o topo da montanha. E agora, uma dica importante: antes de sair ao ar livre para ver a neve de perto, se agasalhe bem – além da baixa temperatura, o vento é cortante!

Bom, acho que nem preciso dizer que a vista é simplesmente deslumbrante! No Cerro Otto, é possível caminhar em meio à neve, mas com o conforto da estrutura de metal – além de facilitar a caminhada, oferece vários mirantes, cada um com uma paisagem mais linda do que a outra! E para quem quiser, tem atividades como o esquibunda (para as crianças), a caminhada com raquetes e o passeio de funicular.
Depois de apreciar a paisagem (só cansamos porque o frio é realmente intenso), fomos conhecer a confeitaria giratória. Bom, como o próprio nome já diz, o espaço conta com uma estrutura giratória, que permite uma vista panorâmica de toda a paisagem – confesso que foi mais divertido do que eu imaginava, haha! Tivemos a sorte de conseguir uma mesa na janela, e nos esquentamos com bebidas quentes e churros (apesar de ser uma confeitaria, o local também oferece refeições).
DIA 3: Circuito Chico
City tours costumam ser massantes, mas o Circuito Chico vale muito a pena (obrigada, Mari, pela dica de ouro!). Durante o passeio, percorremos mais de 60 km por Bariloche, incluindo a visita ao Cerro Campanário + 3 paradas para apreciação da paisagem. Compramos o passeio no Design Suites (cerca de 400 pesos por pessoa) e a van nos buscou na porta.

A primeira parada é o Cerro Campanário, onde é preciso desembolsar mais cerca de 200 pesos por pessoa para subir de teleférico. Lá em cima, tem vários mirantes com lindas vistas para montanhas como o Cerro Lopez e o Tronador (que é um vulcão inativo!). Também é possível encontrar neve no Cerro Campanário, embora não tanto quanto no Cerro Otto. E para finalizar, a descida de teleférico oferece uma linda vista do lago Nahuel Huapi.
O Circuito Chico segue com o Hotel Llao Llao, o mais tradicional da região, e rápidas paradas em mirantes e pontos panorâmicos. E durante todo o passeio, o guia conta vários fatos e curiosidades sobre a história de Bariloche!
DIA 4: Museo del Chocolate e comprinhas
Nossa ideia para o quarto dia era Cerro Viejo* + Museo del Chocolate. No entanto, como choveu o dia inteirinho, fomos obrigados a abortar o Cerro Viejo :( Então, começamos o dia com o Museo del Chocolate, onde também fica o café Havanna, que está localizado super perto do centrinho. Além de tomarmos chocolate quente/café, aproveitamos para comprar alfajores para trazer para o Brasil – os preços são melhores do que no aeroporto, por exemplo. Depois, seguimos novamente para o centro da cidade, onde compramos lembrancinhas nas inúmeras lojinhas de Bariloche!
*O Cerro Viejo é o cerro mais próximo do centro da cidade e também o menos popular – após a subida de teleférico, você encontra uma vista interessante, mas pouco impressionante se comparada à de outros mirantes. A graça, porém, está na descida pelo divertido tobogã gigante! Uma pena que não pudemos aproveitar.
SOBRE OS PASSEIOS QUE NÃO FIZEMOS
Quem já foi a Bariloche ou já pesquisou sobre a cidade deve estar se perguntando: mas e o Cerro Catedral, que é a principal estação de esqui da cidade? Bom, como não queríamos esquiar e não tínhamos muitos dias, optamos por deixá-lo para a próxima. Sei que o Catedral oferece uma linda vista, atividades além do esqui e um verdadeiro centrinho. No entanto, li que um passeio de meio dia não vale a pena (justamente por ter muitas coisas a fazer), mas também não queríamos dedicar um dia inteiro ao local. Então, como o Cerro Otto não deixou a desejar em termos de vista e contato com a neve, descartamos o Catedral. Não nos arrependemos, mas, em uma próxima viagem a Bariloche, com certeza vamos inclui-lo no roteiro!
Agora, um passeio que eu gostaria de ter feito, mas não fiz, foi a navegação pelo lago Nahuel Huapi + caminhada pelo Bosque Arrayanes (que dizem ter inspirado a paisagem de Bambi). Como era de meio dia, a atividade se encaixava perfeitamente nos nossos planos. No entanto, achei o valor um pouco alto: mais de 700 reais para duas pessoas. É verdade que o passeio é feito a bordo de um catamarã de luxo e inclui três refeições. Mas, como eu só queria conhecer o bosque e nada mais, achei que não valia o custo-benefício. Aliás, fica a dica para os empreendedores de Bariloche: criar uma versão low budget do passeio!
O QUE EU LI DURANTE A VIAGEM
Antes de viajar para Florianópolis no ano passado, contei aqui que sou péssima leitora em viagens. Bom, ao que tudo indica, o jogo virou, não é mesmo? Seguindo minhas regras de escolher livros leves, optei pelo chick lit Minha vida (não tão) perfeita, de Sophie Kinsella. Já sabia de antemão que seria uma leitura divertida e confesso que achei que a capa (linda, diga-se de passagem) renderia ótimas fotos durante a viagem, hahaha! E, realmente, foi tudo isso e mais um pouco: comecei o livro, que tem 400 páginas, no voo de ida e terminei no voo de volta!
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Paisagens incríveis, muito frio (eu amo!), neve, banhos de banheira, deliciosas empanadas… E assim foi nossa viagem a Bariloche <3 Espero que tenham gostado desse humilde “guia” e que ele possa inspirar e ajudar quem quiser conhecer esse pedacinho lindo da Patagônia!
Ps: tem/vai ter mais fotos de Bariloche no meu Instagram!
[…] principal, o Toriba também tem apartamentos e chalés externos. No ano passado, quando fomos a Bariloche, ficamos em um hotel que também tinha essa estrutura. E na época, eu fiquei em dúvida se […]