Aliviada depois que as duas filhas adultas sem mudam para o Canadá com o pai, a professora universitária Leda decide tirar férias no litoral italiano. A rotina de Leda consiste em ler e preparar aulas na praia e, logo nos primeiros dias, Nina e sua filha pequena, Elena, chamam sua atenção. Ao observar a jovem mãe e sua família, a professora se lembra de si mesma e de suas expectativas naquela idade. E a dose de nostalgia faz com que memórias e segredos do passado de Leda venham à tona, lembrando-a de por que nunca falamos sobre certas coisas.
Confesso que nunca havia ouvido falar de Elena Ferrante (que, aliás, é um pseudônimo). Mas, por conta do frisson nas redes sociais, fiquei curiosa para conhecê-la. E cheguei à conclusão de que é fácil entender o porquê de tantos elogios! Elena Ferrante é dona de uma escrita rica e elegante, mas, ao mesmo tempo, simples e extremamente fluida. Prova disso é que, com apenas 176 páginas, A Filha Perdida conta com pouquíssimos grandes acontecimentos – e o primeiro acontece apenas lá pela página 50. E mesmo assim, se revela uma trama super envolvente, intrigante e surpreendente.
A maternidade, ao lado das expectativas e frustrações que a cercam, é o tema principal de A Filha Perdida. E a forma brutalmente honesta com que Elena Ferrante aborda o assunto me fez lembrar muito do estilo de Lionel Shriver, especialmente no épico Precisamos falar sobre o Kevin. É verdade que Leda, com seus segredos e atitudes inexplicáveis, é um caso atípico. Mas até que ponto ela é assim, tão diferente, de tantas mulheres “reais e normais”? Acredito que, em uma época em que a mulher luta para redefinir o seu papel na sociedade, vale repensar que nem todas têm o sonho de se tornarem mães. E é essa reflexão que os devaneios de Leda propõem.
Em A Filha Perdida, Elena Ferrante criou uma atmosfera única, que transporta o leitor para dentro do cenário da trama. Apesar de ser um livro curto e de poucos acontecimentos, conta com surpresas que mudam o rumo da história, transformando-a de maneira determinante. O final, tão sutil quanto arrebatador, é um espetáculo à parte. E, assim como o restante da trama, deixa o caminho aberto para as reflexões e conclusões do leitor.
Título original: La Figlia Oscura
Editora: Intrínseca
Autor: Elena Ferrante
Publicação original: 1992
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