Pax é o “lançamento-xodó” da Intrínseca e, para espalhar a linda mensagem da obra de Sara Pennypacker, a editora convidou os blogs parceiros a participar de mais uma Semana Especial (já fizemos de Loney, O Regresso e Toda luz que não podemos ver).
Se eu dissesse que a guerra é o pano de fundo de Pax, não estaria mentindo. No entanto, o papel que ela desempenha na história de Sara Pennypacker é muito maior do que isso. Em primeiro lugar, se não fosse a guerra, o pai de Peter teria que encontrar outro bom motivo para convencer o filho a abandonar Pax – e poucos seriam tão urgentes e determinantes quanto este.
A guerra também contribui para o clímax da jornada dos protagonistas em busca do reencontro. Além de não saberem nada sobre o paradeiro e a situação um do outro, Peter e Pax veem o tempo se tornar um inimigo implacável. Isso porque os “doentes de guerra” logo irão chegar aos arredores do ponto onde o garoto deixou a raposa, e também onde ele acredita que ela ainda esteja. E por mais que o leitor sempre saiba onde Peter e Pax estão (a obra é narrada sob os pontos de vista dos dois), é angustiante testemunhar as dúvidas e os medos dos protagonistas e também não saber se haverá tempo para um reencontro e um final feliz.
Ao longo do livro, a autora prova que a guerra não foi um ingrediente escolhido por acaso. Além de servir de contexto para a trama, ela expõe completamente a crueldade e o egocentrismo humanos, seja entre os próprios homens ou para com outras espécies. No entanto, para mim, o principal papel da guerra em Pax é transformar a história em uma metáfora da vida e em um espelho dos contrastes da realidade. Porque no mesmo mundo em que existem o egoísmo, a ganância e a violência de uma guerra, há também a lealdade, o respeito e o companheirismo de uma amizade.