Semana Especial Pax: personagens do livro

Pax é o “lançamento-xodó” da Intrínseca e, para espalhar a linda mensagem da obra de Sara Pennypacker, a editora convidou os blogs parceiros a participar de mais uma Semana Especial (já fizemos de LoneyO Regresso Toda luz que não podemos ver).

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Pax é um livro encantador, e muitos aspectos contribuem para isso. A começar pela edição, com capa dura e ilustrações tão delicadas quanto a história. Mas são os personagens encantadores que fazem com que a obra de Sara Pennypacker se destaque e seja realmente especial.

Pax é uma raposa, mas esse “detalhe” não impediu que a autora criasse um personagem tão tridimensional quanto qualquer outro. Gostei bastante da forma como ela usou a inocência da raposa para explorar toda a sua gama de sentimentos: angústia, tristeza, mágoa, medo, dúvida, raiva, alegria e, acima de tudo, o desejo de reencontrar seu garoto. Em sua busca por Peter, Pax embarca em uma jornada de autoconhecimento tão envolvente e convincente que, em vários momentos, esquecemos que se trata de uma raposa.

Peter, além de também ser multifacetado, foi construído sobre um pilar de contrastes. Ao mesmo tempo em que é sensível e inseguro, é também decidido, corajoso e determinado. E, apesar de teimoso e às vezes até intransigente, o garoto sabe escutar e capta cada sutileza daquilo que ouve. Peter é sempre transparente em relação a seus sentimentos, especialmente quando se trata de Pax. Por isso, nunca sobra espaço para interpretar mal suas ações e pensamentos.

Extremamente generosa, Vola é uma espécie de fada madrinha para Peter e faz o estilo durona – e não à toa, afinal, viu e cometeu atrocidades durante a guerra. E é exatamente aí que está a maior virtude da personagem: as experiências traumáticas que viveu endureceram, sim, seu coração. Mas não ao ponto de cegá-la para aquilo que é puro e verdadeiro. É assim que enxergamos toda a vulnerabilidade da personagem, o desejo de se reconstruir e a possibilidade de, de certa forma, se redimir ao guiar Peter ao reencontro com Pax. E, no final das contas, o que ela faz acaba sendo muito mais do que isso!

A mãe de Peter é uma onipresença na história. Mas o pouco que aparece, por meio das memórias do garoto, é o suficiente para que o leitor entenda de onde veio toda a doçura do personagem. Em contrapartida, o pai é desprezível e egoísta, mas também fundamental à trama. Primeiro porque, sem ele, o conflito jamais aconteceria. Mas a verdade é que um dos aspectos que constrói o bom caráter de Peter é justamente o medo de se tornar um homem como o pai.

Além de ter criado personagens coerentes e cativantes, Sara Pennypacker foi capaz de conectá-los de maneira plausível e determinante para a história. Enquanto o pai e a mãe são o background de Peter, ele é o de Pax. E Vola se torna, ao mesmo tempo, a voz da razão, o porto seguro e aquilo que permite que o garoto tenha esperança.

selo2016

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