O post de hoje é especial porque é a primeira entrevista do blog <3 E para dividir essa novidade comigo, escolhi a Paula Ayumi, ou Polayumi (como ela é conhecida nas redes sociais), autora do livro A lua, as estrelas e as pequenas coisas*.
Conheci a Paula por meio da minha irmã, que sempre me falou sobre as “tirinhas muito fofas da Polayumi”. Não sou de acompanhar páginas/Instas do tipo, mas fiquei curiosa e, quando entrei no Instagram dela, entendi por que minha irmã havia insistido tanto no assunto! Desde então, sou seguidora fiel (do Facebook também) e adoro quando tem uma mini-história nova para começar o dia!
As ilustrações da Paula são realmente fofas, no entanto, também são mais do que isso! Adoro como ela consegue transmitir tanto com tão poucas palavras e como mescla senso de humor com sensibilidade e até certa melancolia. E o resultado são tirinhas divertidas e “fófis”, como ela mesma define, mas também inteligentes e afiadas!
No ano passado, a Paula lançou seu primeiro livro, batizado A lua, as estrelas e as pequenas coisas. E como não poderia ser diferente, a obra conta com as principais características da autora: delicadeza, simplicidade e o poder de tocar o leitor com poucas palavras. O livro pode ser considerado um infanto-juvenil pelo formato que alia ilustrações a pequenas frases, além da linguagem de fácil compreensão. Mas as mensagens são também – ou até mais – para “gente grande”.
Agora, deixo vocês com a entrevista que fiz com a Paula :)
– Como e quando você começou a desenhar?
Eu comecei desde pequenininha, como toda criança, mas continuei a desenhar mesmo adulta. Acho que primeiro por influência da minha mãe, que adora desenhar também e segundo por gostar mesmo. Mas foi mais durante a faculdade de arquitetura que o “desenho” entrou de modo mais relevante no meu dia-a-dia, quando estava descontente com o curso de arquitetura e resolvi “voltar às bases”.
– Como e quando você começou a fazer as tirinhas?
No meio da faculdade me apaixonei por livros infanto-juvenis e passei a praticar para um dia escrever um. Muitas vezes, enquanto praticava, acabavam surgindo idéias próprias de história, que eu ia anotando num cantinho de papel. Eram histórias tão curtinhas, que eu falava “Droga! Isso não dá um livro!”. Hahaha! O destino delas era a lixeira… Mas, ao invés disso, tive a idéia de postá-las no facebook e, pra minha grande surpresa, algumas pessoas gostaram! E isso me motivou a postar mais dessas “mini-histórias” (como gosto de chamar), mais conhecidas como tirinhas.
– Quais são as suas inspirações, tanto para desenhar, quanto para escrever?
As inspirações vêm de todos os lugares. Estou lendo um livro muito bom da Elizabeth Gilbert, A grande magia, que fala exatamente disso. As idéias estão sempre rondando por aí a procura de algum receptor. Ela pode estar agora mesmo, aí do seu lado, mas é preciso estar aberto à isso. Tanto para capturá-la, quanto para deixá-la ir. Mas o que realmente faz com que eu persista muitas vezes é o fato de que, ao desenhar, consigo ver as coisas de modo mais simples. Na minha cabeça um pequeno problema, se torna gigante. Quando desenho, eu penso “Olha que bonitinho esse problema, acho que ele pode virar um monstrinho!” Haha! Muitos sentimentos não vão desaparecer de uma hora pra outra, mas eu posso tentar lidar com eles de forma mais natural. E o ato de desenhar me tranquiliza e proporciona isso.
– A técnica que você utilizou no livro é diferente da usada na criação das tirinhas. Como foi feito o livro?
O livro A Lua, as estrelas e as pequenas coisas é todo feito com recorte de papel. Tinha feito muitos testes com lápis, aquarela, carvão… Mas acho que essa solução foi a que mais combinava comigo e com o que eu queria passar na época.
– Como você define seu estilo?
Acho que a todo momento estamos mudando nossos estilos, assim como mudamos a nós mesmos. Eu, particularmente, parei de tentar encontrar meu estilo, porque acho que quando tento definir, tudo perde a graça pra mim. Por exemplo, gosto desde referências mais gráficas e sisudas, até coisas mais “fófis” e felizes! Haha! E pra mim não tem problema! Gosto de me manter aberta pra poder experimentar outros estilos, apesar do meu trabalho atual entrar muito na categoria “fófis” mesmo. Hahaha!
E para dar um gostinho, separei algumas tirinhas e ilustrações da Paula que eu adoro!
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*(In)Felizmente, A lua, as estrelas e as pequenas coisas está esgotado, mas Paula contou que talvez relance o livro mais pra frente e com algumas novidades! Oba \o/