Resenha de A Letra Escarlate – Nathaniel Hawthorne

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Durante o século 17, após dar à luz a filha fruto de um relacionamento adúltero, Hester Prynne é humilhada em praça pública e obrigada a ostentar a letra A bordada em seu peito para sempre. No entanto, ao contrário do que todos imaginam, Hester encontra forças para sustentar e criar a filha sozinha, ao mesmo tempo em que protege as identidades do marido e do amante.

Sempre me interessei pela sinopse de A Letra Escarlate, mas confesso que só decidi realmente lê-lo por causa do Desafio de Leitura. E a experiência passou bem longe de ser agradável. Apesar de ser uma história relativamente curta (das 332 páginas da minha edição, cerca de 100 são de conteúdos especiais), a obra de Nathaniel Hawthorne é extremamente cansativa – em partes, por conta da linguagem da época, o que é compreensível; mas, principalmente, pela forma pouco cativante e envolvente com que a trama se desenrola.

Há que se dizer que A Letra Escarlate começa bem, explorando bastante a desigualdade dos direitos entre os gêneros, a crueldade e a sede por julgamento dos seres humanos, que foram os ingredientes que me atraíram. No entanto, logo essas discussões caem por terra e o livro se entrega a um ritmo arrastado e acontecimentos previsíveis, muito embora conte com uma aura sobrenatural inesperada – e, na minha opinião, um pouco desnecessária. Entendo que a obra tenha sido escrita em 1850 e que o conceito de previsibilidade tenha mudado bastante ao longo do tempo. Mas clássicos como Frankenstein O Retrato de Dorian Gray são provas de que é possível criar uma história atemporal, rica e surpreendente em qualquer época.

Quando li a sinopse de A Letra Escarlate imaginei uma história que retratasse a resiliência, a força e a inteligência femininas. Mas, embora aborde, sim, estes aspectos, a obra de Nathaniel Hawthorne gira muito mais em torno das consequências inesperadas daquilo que se faz.

Título original: The Scarlet Letter
Editora: Penguin Companhia
Autor: Nathaniel Hawthorne
Publicação original: 1850

10 comments

  1. EU AVISEI!!!

    Brinks hahahahaha

    Mas de fato, o livro começa muito bem, mas tem muita coisa chata. O que mais entristece é o desperdício de uma ótima história e ideias. O momento crucial para mim, em que algo ia acontecer, que eles iam fugir, que ia transcender…ficou só na imaginação haha. Foi ali que cagou a minha leitura, porque também fui com altas expectativas e me frustrei. Uma pena :(

    Beijos!!

    • Hahahaha! Avisou mesmo… Mas fui teimosa!
      Sim, muito desperdício. E qualquer coisa que fosse feita depois que partisse dessa premissa seria tida como plágio. Muito triste mesmo :(
      Pra mim começou a cagar com as coisas de fada e etc. E olha que eu até gosto dessa aura sobrenatural, mas não achei que ornou haha
      Beijos

  2. Estou cheia de desafios de leitura pro próximo ano, estou indo lá pra conferir o seu! Cara, engraçado por que eu pensei nesse livro hoje, vou ter que ler ele pro desafio da Rory, fiquei meio decepcionada com a nota final que tu deu pra ele.

    fuiparanarnia.blogspot.com.br

  3. Oie!!!
    É tão chato quando pegamos uma leitura que fica se arrastando, estou nessa com Diana Gabaldon.
    Para acrescentar a sua lista de autores atemporais temos Jane Austin, e é da mesma época que Hawthorne.
    Parabéns pela resenha, muito bem descrita e excelente posicionamento da sua opnião.
    Bjus

    • Obrigada, flor :)
      E sim, é muito chato quando isso acontece. Foi difícil não abandonar!
      Jane Austen eu tentei ler, mas também não faz meu estilo :( Mas eu ainda tenho esperanças de prestigiá-la, haha!
      Beijos

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