Resenha de E não sobrou nenhum – Agatha Christie

O misterioso U. N. Owen convidou 10 pessoas para passar alguns dias em uma luxuosa casa na Ilha do Negro, porém, nunca apareceu para recepcioná-las. Quando os convidados já estão instalados e cada vez mais ressabiados com o suspense em torno do excêntrico anfitrião, uma voz gravada toma conta do ambiente, acusando cada um deles de ter cometido um crime no passado. A princípio, todos negam a veracidade da mensagem, mas o pânico toma conta dos convidados de U. N. Owen e estranhas mortes começam a acontecer.

Eu adoro thrillers e livros de mistério, mas nunca havia lido nada de Agatha Christie. Falha minha! No entanto, aproveitei uma das categorias do Desafio de Leitura para reparar esse erro e, por recomendação do meu pai, escolhi E não sobrou nenhum para começar a conhecer a obra da Rainha do Crime. E posso dizer que adorei a minha estreia, já que a trama, além de ser um thriller com todos os ingredientes que eu gosto, ainda conta com uma aura sinistra e super macabra.

Confesso que Agatha Christie (e/ou quem traduziu a edição que eu li) usa palavras difíceis, algumas que eu nunca havia ouvido. Mas, apesar desse detalhe, a leitura é muito fluida e a curiosidade para descobrir qual a verdade por trás de todo o mistério faz com que seja fácil devorar o livro. No entanto, não adianta ler com muita pressa porque, como toda boa trama de suspense, E não sobrou nenhum é repleto de reviravoltas e acontecimentos determinantes e mudar de opinião em relação aos suspeitos é automático. Então, é melhor prestar bastante atenção.

Obviamente, quando leio um thriller, espero por muito mistério e, apesar de tentar desvendar o enigma, quero ser surpreendida no final. E, sim, de certa forma, fui pega de surpresa pelo desfecho de E não sobrou nenhum, mas, depois de tanto suspense durante todo o livro, confesso que esperava uma revelação um pouco mais embasbacante e/ou menos mirabolante. De qualquer forma, é preciso lembrar que este livro foi escrito em 1939 e, até hoje, é considerado um clássico e, mesmo depois de tantas obras do gênero, ainda é capaz de surpreender o leitor.

Título original: Ten Little Niggers*
Autor: Agatha Christie
Ano: 1939
Páginas: 228
Tempo de leitura: 5 dias
Avaliação: 4 estrelas

*Ten Little Niggers é o título original que foi usado para a publicação da obra de Agatha Christie no Reino Unido. Na década de 1940, o livro chegou aos Estados Unidos e, por ser considerado racista, foi rebatizado Ten Little Indians. Anos depois, alguém percebeu que usar tanto “niggers” quanto “indians” era racista e o livro passou a circular como And then there were none, que é um trecho do poema que faz parte da obra.

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9 comments

  1. Confesso duas coisas: também fui surpreendida pelo livro da Agatha Christie que li e tbm me deparei com palavras muito complicadas e que eu não fazia ideia do significado.
    Acho que por ter sido escrito há muito tempo, ela deva usar essas palavras arcaicas msm e os tradutores preservaram isso.

    Bom saber que os livros dela mantêm um bom padrão!

  2. […] Assim como nos deparamos com livros bons, mas cansativos de ler, existem as obras não tão interessantes, mas extremamente fluidas. E Morte na Mesopotâmia faz parte do segundo grupo. A primeira metade da história é bem arrastada e a trama só fica mais envolvente com a chegada de Hercule Poirot. No entanto, diferente de O Assassinato no Expresso do Oriente, em que o enredo gira muito mais em torno da resolução do crime, Morte na Mesopotâmia foca um pouco mais nos personagens e suas características, embora não tanto quanto em O Caso dos Dez Negrinhos.  […]

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