[OFF] Ushuaia, o fim do mundo

Semana passada, compartilhei com vocês minha aventura pela Patagônia Chilena e, hoje, voltei para contar como foi a viagem que fiz a Ushuaia, na Patagônia Argentina. Lembro que, quando eu era criança, meu pai assistia a um programa chamado Ushuaia e eu achava o nome engraçado. Mas nunca me passou pela cabeça que, um dia, eu conheceria este destino, que também atende pelo carinhoso apelido de “fim do mundo”, e que ele ocuparia um lugar especial no meu coração de viajante. Mais uma vez, a oportunidade apareceu graças ao meu emprego da época e a viagem foi uma aventura deliciosa!

DIA 1
De São Paulo a Ushuaia
O título de “cidade mais austral do mundo” assusta, mas a verdade é que chegar a Ushuaia é bastante simples. Parti do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em voo direto para o aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires – são pouco menos de 3 horas de viagem. Lá (que tem internet wi-fi liberada \o/), fiz conexão para Ushuaia e cheguei ao meu destino final em menos de 4 horas. No total, com tempo de voos e de espera, foram 11 horas de São Paulo até a capital da Terra do Fogo.

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A vista do hotel Los Cauquenes, direto para o Canal de Beagle

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Canal de Beagle

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Picos nevados em pleno verão <3

O centro de Ushuaia
Como chegamos cedo em Ushuaia, nos acomodamos rapidamente, almoçamos no hotel (fiquei no Los Cauquenes, que é um pouco afastado da cidade, mas fica às margens do Canal de Beagle) e fomos conhecer o centro da cidade. Como não poderia ser diferente, o centro de Ushuaia é pequeno, mas me surpreendeu muito pela estrutura – o que, na verdade, é esperado, já que lá se vive basicamente de turismo. Na Avenida Maipú, você encontra o porto da cidade, uma paisagem incrível e até mesmo um casino. Já na Avenida San Martín (uma acima da Maipú), você se depara com o centro comercial de Ushuaia, que não deixa nada a desejar: lojas e outlets de roupas de frio, sapatos, bolsas e souvenirs, cafés, docerias, bistrôs, restaurantes, bancos, casas de câmbio… tudo isso você encontra por lá.

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A caminho do centro de Ushuaia

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Já no centro de Ushuaia

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Porto de Ushuaia

DIA 2
Trem do Fim do Mundo
O Trem do Fim do Mundo fica no Parque Nacional da Terra do Fogo, a 8 quilômetros de Ushuaia. O trem é pequenininho, mas super charmoso e quentinho. Também conhecido por “trem dos presos”, por ter sido o principal meio de transporte dos presidiários da cidade há cerca de 100 anos, recebe apenas turistas, atualmente. Durante o passeio, os visitantes escutam a história do trem por alto-falantes, apreciam o rio Pipo e os tocos de troncos de árvore, cortados pelos presos há muitos anos. No meio do trajeto, faz-se uma parada na Cascada de la Macarena. Sinceramente, a cascata é bem simples, o legal mesmo é tirar fotos do trem direto do trilho.

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Parque Nacional da Terra do Fogo
Depois de passear no trem do fim do mundo, entramos no Parque Nacional da Terra do Fogo e conhecemos a Bahia Ensenada. As pedras acinzentadas foram o que mais me chamaram a atenção e, apesar do tempo frio e nublado, acho que eu seria capaz de passar horas sentada por lá, só apreciando a paisagem. Os picos nevados ao fundo sempre dão um toque especial à vista.

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Bahia Ensenada

Em seguida, paramos no Lago Roca (ou Acigami, no idioma local), de águas esverdeadas, onde o vento era absurdo. Passamos por uma pequena floresta e seguimos para o mirante.

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Lago Roca

Fechamos o passeio no Parque Nacional com a Bahia Lapataia, onde fica o final da Ruta Nacional Número 3, que liga a Argentina de norte a sul. Lá, você pode dizer que está, oficialmente, no fim do mundo

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Bahia Lapataia

Navegação pelo canal de Beagle
Depois da visita ao Parque Nacional da Terra do Fogo, ainda fomos fazer a navegação pelo Canal de Beagle. O passeio é feito a bordo de um catamarã e a saída é do porto de Ushuaia, no centro. A grande atração da navegação são os lobos marinhos e cormoranes, animais típicos da região. Já havia visto alguns na Patagônia do Chile, mas não deixei de ficar encantada ao vê-los novamente. Até porque, no Canal de Beagle, as pedras são maiores, logo, a concentração de animais também.

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Se você fizer este passeio, apenas não esqueça de se agasalhar muito. Quando o catamarã chega próximo às pedras onde estão lindos bichinhos, é impossível não querer sair do barco para tirar umas fotos. Mas o vento é cortante, por isso, não subestime o frio e vista luvas e cachecóis. Ao final a navegação, ainda tem a vista para o Farol Les Eclaireurs.

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Museu do Presídio de Ushuaia
Se você pensa que o dia acabou por aí, está enganado. Em um lugar onde só anoitece às 21h, não há motivos para sossegar muito antes disso, certo? Ao voltar da navegação pelo Canal de Beagle (o desembarque é feito também no porto de Ushuaia), andamos um pouquinho (pouquinho mesmo) e chegamos ao Museu do Presídio de Ushuaia. Fizemos a visita guiada que, sinceramente, não recomendo. Ok, é bacana ouvir a história (que é contada em espanhol) com todos os detalhes e personagens. No entanto, eu acabei preferindo dar uma fugida e apreciar sozinha os cenários reconstituídos com objetos e bonecos em tamanho real.

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De qualquer forma, a parte mais legal do museu é o único pavilhão que não foi reformado. Por conta das condições da construção já antiga, não é possível andar por todo ele, mas é incrível (e um pouco assustador, confesso) poder andar por um lugar em que a história parece permanecer intacta, mesmo tantos anos depois.

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DIA 3
Passeio 4×4
No penúltimo dia em Ushuaia, fomos conhecer os lagos que ficam ao norte da cidade, em um passeio a bordo de uma 4×4. Logo no início da viagem, paramos em um café que fica aos pés das montanhas – e como já estava bem frio, os picos estavam bem nevados. Em seguida, fizemos outra parada em uma sinuosa estrada para apreciar a vista do Lago Escondido – que tem esse nome por ficar, literalmente, escondido pela neblina.

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Lago Escondido

Retomamos o caminho para o Lago Fagnano e descobrimos que as estradas por lá realmente só podem ser percorridas por veículos 4×4 e, em alguns momentos, pensei que ele fosse virar. Como não gostamos de pouca emoção, acabamos indo parar no teto do carro – o que não foi nada seguro, mas muito divertido.

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Logo, chegamos ao Lago Fagnano, que oferece mais uma bela vista na Terra do Fogo. No meio da floresta, fizemos um churrasco típico argentino, com direito a bife de chorizo e chimichurri.

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Depois da refeição, seguimos para o Lago Escondido, onde participamos de uma das atividades mais divertidas da viagem. Nunca pensei que aprenderia a remar e, muito menos, que adoraria. Tudo bem, não sou a melhor das remadoras, mas adorei estar no meio de toda aquela água –  tão esverdeada e cristalina ao mesmo tempo e incrivelmente gelada.

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DIA 4
O quarto dia foi também o último. Logo de manhã, deixamos o hotel Las Hayas (este ficava mais próximo ao centro da cidade, perto das montanhas ao norte) e seguimos para o aeroporto.

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Panorâmica de Ushuaia, da o hotel Las Hayas

Mas Ushuaia guardou mais uma surpresa para se despedir: os picos estavam super nevados (já estava bem mais frio do que quando chegamos) e o céu com brechas azuis. Resultado: uma das fotos mais lindas que, modéstia à parte, já tive a chance de tirar.

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Obs.: como fui para Ushuaia no verão, não consegui esquiar – a pista de lá se chama Cerro Castor. Outro passeio que faltou foi o Glaciar Martial, mas recomendo mesmo assim.

Os quatro dias de viagem passaram super rápido, mas foram bastante produtivos. Por ignorância ou preconceito, nunca pensei que o “fim do mundo” fosse tão estruturado e acolhedor. Quando as pessoas me perguntam se eu gostei de Ushuaia, eu recomendo a viagem sem nenhum receio – aliás, morro de vontade de voltar para lá!

*Quando fui a Ushuaia, também conheci Buenos Aires e recomendo visitar as duas cidades em uma só viagem. Mas esse é assunto para outro post!

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6 comments

    • Obrigada :D
      Olha, eu acho que, mesmo que eu não tivesse ido a trabalho, um dia acabaria indo, porque conheço várias pessoas que foram e amaram tanto quanto eu. E mesmo já tendo, quero voltar e fazer as poucas coisas que eu não fiz, haha! E o fato de ser uma cidade pequena, mas super bem estruturada só contribui para a vontade aumentar a cada dia!
      Beijo

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