Uma das razões pelas quais criei o canal [OFF] no Além do Livro foi para que eu pudesse falar sobre viagens. Não porque já fui a muitos lugares (infelizmente), mas porque acredito que conversar sobre turismo é uma das trocas mais genuínas e enriquecedores que existem – assim como falar sobre livros :) Hoje, vou compartilhar aqui minha primeira viagem internacional: a exótica Puerto Chacabuco, na Patagônia Chilena. Confesso que, provavelmente, eu nunca escolheria a cidade como destino por conta própria, mas tive a oportunidade de conhecê-la graças ao meu emprego da época e, obviamente, não poderia recusar o convite!
Puerto Chacabuco é uma cidade muito pequenininha, localizada na província de Aisén, no sul do Chile. Ela é a principal porta da entrada para o Glaciar San Rafael, uma geleira de 2 quilômetros de extensão, que é também sua principal atração turística. Três ou no mááááximo quatro dias são o suficiente para conhecer os pontos turísticos de Puerto Chacabuco e região e, já que as chances de você fazer escala ou conexão em Santiago são enormes, aconselho adicionar a capital chilena no roteiro. Agora, vamos à viagem \o/
A viagem de São Paulo a Puerto Chacabuco
A viagem até Puerto Chacabuco, a principal porta de entrada para o Glaciar San Rafael, é longa. Primeiro, fui de São Paulo a Santiago (são por volta de 4 horas de voo). Lá, esperei por mais algumas boas horas e fiz a conexão para Balmaceda, com uma parada em Puerto Montt (mais cerca de 5 horas de viagem, com escala e voo). Chegando ao pequeno aeroporto de Balmaceda, o mais próximo de Puerto Chacabuco, ainda faltavam mais duas horas de estrada até o Hotel Loberías del Sur, onde fiquei hospedada. Entre voos, conexões, escalas, esperas, atrasos e estradas, foi um dia inteiro de viagem. Mas ver a Cordilheira dos Andes e os picos nevados do avião – além, de claro, chegar ao destino final – fizeram o trajeto valer a pena.
Cordilheira dos Andes vista do avião de São Paulo para Santiago
Picos nevados visto do avião de Santiago para Balmaceda
Glaciar San Rafael
Como eu nunca havia parado para pensar para que lugares do mundo eu gostaria de ir, nunca havia me passado pela cabeça que, um dia, eu poderia conhecer uma geleira. Mas lá estava eu, a bordo de um catamarã, a caminho do Glaciar San Rafael. Um dos principais pontos da Patagônia Chilena, a geleira fica no Campo de Gelo Norte e, para chegar até ela, são 200 quilômetros de distância e 10 horas de viagem (5 para ir e 5 para voltar). Mas é um trajeto agradável, já que o catamarã oferece refeições e Pisco Sour e ainda dá para tirar uns cochilos. Além disso, logo no começo do passeio, na Isla Oma, é possível avistar leões marinhos (quase) de perto.
Isla Oma
Quando o barco chega mais próximo à geleira, já é possível ver pedaços de gelo e até icebergs na água. E, de repente, quando você menos espera, lá está o paredão de 100 metros de altura e 2 quilômetros de extensão: o Glaciar San Rafael. Diferentemente da Perito Moreno, na Argentina, não é permitido caminhar pela geleira chilena, mas é possível dar uma volta de bote e apreciar a vista a 500 metros de distância – o suficiente para ouvir os estalos do gelo e testemunhar o desprendimento de blocos.
Glaciar San Rafael
Dica: não economize agasalhos para visitar o Glaciar San Rafael, pois o vento é cortante e, quanto mais perto da geleira, mais frio é.
Um pequeno iceberg
Parque Aikén del Sur
O Parque Aikén del Sur é privado e oferece trilhas tranquilas por entre a biodiversidade da Patagônia Chilena. O que mais gostei foi a cascata Barbas del Viejo e a “overdose” de botões de ouro. Me senti em um filme da Disney. No final do passeio, fomos ao restaurante do próprio parque e saboreamos um churrasco de carne cordeiro, regado a muito vinho e Pisco Sour.
Cascata Barbas del Viejo
Os botões de ouro <3
Parque Nacional Queulat
Aisén também abriga o Parque Nacional Queulat, uma das áreas menos alteradas do Chile. O dia estava bem chuvoso e frio e a trilha não era tão simples quanto a do Parque Aikén del Sur. Mas passar sobre o agitado lago Témpanos (pela ponte que só aguenta 4 pessoas de cada vez) foi divertido e desafiador.
A ponte do rio que (não) cai
Lago Témpanos
Outra atração do local é o pedacinho do Glaciar Colgante, que aparece por entre duas montanhas. No dia em que fui, o céu nublado não me deixou ver muito, mas o guia me explicou que tive sorte porque, na maioria do tempo, não dá para avistar nem mesmo o pouquinho que eu vi.
Puerto Puyuhuapi
Após a visita ao Parque Queulat, ainda deu tempo de conhecer (muito superficialmente) Puerto Puyuhuapi, uma pequena cidade da região de Aisén. A passada foi rápida mesmo, por isso só foi o suficiente para apreciar as casinhas em estilo europeu, já que a cidade conta com uma colônia de alemães e descendentes.
Coyhaique
Antes de ir para o aeroporto de Balmaceda, rumo a Santiago e, depois, São Paulo, passei de carro por Coyhaique, a capital de Aisén. Também foi muito rápido, mas rendeu uma das minhas fotos preferidas de toda a viagem – e o mais legal é que ela realmente resume quão bonita e charmosa é a cidade.
E assim, eu conheci um lugar que eu nem sabia que existia (sorry!) e que abriga um paraíso exótico que eu provavelmente nunca teria a chance ou pensaria em explorar. Na próxima viagem, vamos à Ushuaia, na Patagônia Argentina :)
Que fotos mais maravilindas, Ná!!!
Adorei.
Bom, eu tbm não sabia que esse lugar existia, nem escolheria de livre e espontânea vontade como destino para uma viagem… Mesmo agora, achando tudo lindo.
Senti frio só de ver todo esse gelo, gente!! Imagina estar lá!
Ansiosa para conhecer a patagônia argentina e reviver a aventura da Bernadette!
<3 <3 <3
Eu confesso que, mesmo tendo conhecido e adorado o lugar, eu não voltaria. Até porque acredito que seja um destino pra se ir uma vez na vida – até porque é longe pra cacete, haha! Agora, na Patagônia Argentina, eu quero voltar pra Ushuaia e conhecer Calafate. Quem sabe em breve?
Beijos
Aiiin, amiguinhos leões marinhos <3 <3 <3
Lembro da expectativa pelas fotos suas com seus amiguinhos bichinhos nas viagens hahahah!
Lindas fotos e excelente cobertura, deu até vontade de ir (ok, eu já estava antes hiiihihi) :D
O que realmente desanima um pouco é a distância, né? É claro que essa paisagem maravilhosa e experiência única recompensam, mas…hahaha. Quem sabe um dia?!
Beijos!!!
<3 <3 <3
E eu floodando no Instagram, haha! #homesick
Sim, a distância e a jornada até lá realmente desanimam. Por isso que, pra ver uma geleira de novo, quero ir pra Calafate, que é mais perto e mais estruturada, além de ser perto de Ushuaia!
Beijos
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[…] viajar se tornou algo que eu gostaria de fazer com frequência. Entre 2012 e 2013, fui para o Chile, para a Argentina duas vezes e para o Uruguai. Em 2014, em compensação, não fui nem pra Praia […]
[…] sugeriu Bariloche. Conheço um pouquinho da Patagônia (Ushuaia, também na Argentina, e Puerto Chacabuco, no Chile), mas, das duas vezes, fui no verão. Então, a possibilidade de, enfim, conhecer a neve […]