Jude e Noah Sweetwine são irmãos gêmeos e costumavam ser inseparáveis, até que o ciúme e a disputa pela atenção dos pais e do novo vizinho os transformou em verdadeiros rivais. Quando uma tragédia, cercada por segredos e mal entendidos, acontece com a família Sweetwine, Jude e Noah precisam reencontrar a si mesmos em meio à culpa e à confusão e a relação entre eles muda de maneira definitiva. No entanto, apesar de todas as diferenças, traições e mágoas, a conexão entre os irmãos é intransponível e sempre poderá ser resgatada.
O céu está em todo lugar, primeiro livro de Jandy Nelson, é uma das obras que tratam o luto da forma mais honesta e realista possível. E Eu te darei o Sol segue o mesmo estilo, abordando sentimentos que são intrínsecos a qualquer tipo de perda, além de dúbios e complexos, como a culpa e o egoísmo. Em seu segundo livro, a autora também aborda os relacionamentos familiares, mais uma vez com foco na relação entre irmãos, por meio da cumplicidade, da competitividade, da idolatria, da inveja e da lealdade – e de todos os dilemas que podem ser causados por estes poderosos ingredientes.
Tudo é verdade ao mesmo tempo. A vida é uma contradição. Aprendemos todas as lições. Descobrimos o que funciona.
A história é narrada por Noah e Jude em capítulos alternados, mas cada um dos irmãos retrata um momento diferente na linha do tempo: Noah conta o passado, quando ele e Jude têm 13 anos; e ela, o presente, aos 16. Com o recurso, Jandy Nelson manipula o afeto e torcida do leitor, que provavelmente irá “mudar de lado” a cada capítulo.
Toda a trama é permeada por um clima sobrenatural, já que Jude acredita ter herdado o dom da família Sweetwine, que permite que ela converse com a falecida avó. E esse foi um dos motivos pelos quais eu dei apenas 3 estrelas para o livro. Não me entendam mal, adoro um toque sobrenatural, mas talvez a autora tenha exagerado um pouco na dose, o que tornou a obra previsível em alguns momentos e uma daquelas histórias cheias de sinais do destino – o que me incomoda um pouco.
Ou talvez uma pessoa seja feita de várias pessoas. Talvez estejamos acumulando novas personalidades o tempo todo. Carregando-as ao fazermos nossas escolhas, boas e más, enquanto erramos, organizamos, perdemos a cabeça, encontramos nossa cabeça, nos retiramos do mundo, mergulhamos no mundo, ao criarmos coisas e destruirmos coisas.
Jandy Nelson também encontrou espaço para falar sobre outras temáticas delicadas, como a homossexualidade, e o faz de uma maneira tão sensível, natural e livre de preconceitos, que chegou a me lembrar de David Levithan. Eu te darei o Sol é uma história sobre o luto e sobre como as perdas nos transformam e destroem, ao mesmo tempo em que nos levam à reconstrução. Com uma trama regada a traições, grandes e pequenas, e sentimentos mesquinhos, a autora mostra a verdade nua, crua e feia das relações mais íntimas, mas também ressalta a importância da verdade e principalmente do amor.
Título original: I’ll give you the sun
Editora: Novo Conceito
Autor: Jandy Nelson
Publicação original: 2014
Oi Nádia,
Tenho O Céu está em todo lugar em casa, mas ainda não parei para ler o livro.. Acho que tenho livros demais, na verdade. rsrs Vou colocar na minha lista de leituras do próximo ano, acho, aqueles “indispensáveis” que eu faço todo ano.
Gostei do que você comentou sobre esse, mas na verdade não fiquei tão curiosa para ler dessa vez.
Beijos
O céu está em todo lugar estava na minha wishlist há anos, mas só consegui encaixá-lo no ano passado e super recomendo! Não sei dizer de qual dos dois gosto mais, tenho a impressão de que poderia pegar os pontos positivos de cada um e fazer uma história perfeita!
Beijos
[…] Eu te darei o Sol, Jandy Nelson As contradições da relação entre irmãos é o foco de Eu te darei o Sol, mas tudo gira em torno, mais uma vez, de como a perda da mãe transforma a vida dos filhos, ainda mais durante a adolescência. E o que eu mais gosto neste livro é a forma honesta e realista com que Jandy Nelson trata o luto. […]