Há mais de um ano, eu estava pensando seriamente em comprar um e-reader e dividi aqui meus devaneios sobre a polêmica e-books x livros físicos. Eis que, durante a aula da Marina Pastore, que trabalha na Companhia das Letras, em um curso sobre o Mercado Editorial, a discussão veio à tona e eu defendi o Kindle (que, no final, foi minha feliz escolha) com unhas e dentes. Foi quando lembrei do post que escrevi em 2014 e, depois de mais de um ano com meu e-reader, achei que eu devia uma espécie de satisfação/conclusão a todos os que leram e opinaram sobre minhas reflexões. E aqui vai.
Antes de comprar o Kindle, eu tinha a impressão de que usar o dispositivo seria como ler um livro emprestado. “Se eu adorasse a história, iria querer comprar o exemplar físico para ter na minha estante”, escrevi. E eu não estava errada: comprei livros de papel (hardcover, até) após ler e amar a versão digital, só pelo luxo de compor minha coleção. MAS também deixei de adquirir vários após a leitura no Kindle, por não ter gostado da história ou por não fazer questão de tê-los fisicamente.
No ano passado, dos 86 livros que li, 21 foram no Kindle e, destes, comprei oito em versão física (e confesso que alguns não tenho porque ainda não saíram aqui no Brasil ou porque não são minha prioridade). Ou seja, não dá para cravar que o e-reader me fez comprar menos livros de papel. No entanto, além de possibilitar que eu leia muitos títulos antes de estarem disponíveis no Brasil, o Kindle com certeza me ajuda a fazer escolhas mais conscientes, já que, na maioria das vezes, o e-book é muito mais barato do que o livro físico e serve como uma espécie de prévia.
E é exatamente aí que está a grande sacada de toda essa disputa (que, hoje eu vejo, não é uma disputa), e que as editoras não demoraram nada a perceber: ler um e-book pode ser prático e sustentável, mas o e-reader nunca irá substituir todas as possibilidades que um livro de papel proporciona – a capa dura de um volume especial, por exemplo, ou até mesmo uma edição de luxo, além da inegável e insubstituível satisfação de exibi-lo na estante.
As editoras, nacionais e estrangeiras, foram inteligentes e usaram a popularidade em ascensão dos dispositivos em benefício próprio. Além de, óbvio, lançarem seus próprios e-books, elas começaram também a caprichar cada vez mais na estética dos livros, tornando-os mais atrativos, e a (re)lançar obras e edições especiais para os colecionadores.
Ou seja, o e-reader é, na verdade, um complemento dos livros físicos, um acessório que facilita e democratiza a leitura, mas que, eu até arriscaria dizer, não foi desenvolvido com a intenção de dominar o mercado. E se você parar para pensar, a verdade é que, como toda novidade, os e-books causaram estranhamento e resistência, mas, no final, todo mundo saiu ganhando: os leitores em opções e as editoras e o mercado editorial em geral em formas de explorar o produto. Yay!
Everybody wins! YAY!!!
Concordo com sua colocação, Ná!
Eu, como uma colecionadora com falta espaço, tenho optado muito pelo digital… Principalmente qdo é um livro que nao sei se vou gostar, ou se quer lerei mesmo um dia. Só agora, com a alta do dólar, que os físicos estão saindo mais barato e sendo preferência, já que minha conta é na amazon americana e pago em obamas.
Team Kindle 4ever. <3
Depois do advento do Kindle na minha vida, cada vez mais eu leio nele em caso de fortes dúvidas sobre o quanto eu vou gostar do livro. O que salva meu “consumo” de livros físicos é também a troca no Skoob <3
Team Kindle 4ever mesmo <3
Ufa!! Não me desanimei nem um pouquinho! Pelo contrário!!! Animadíssima!!!
Você será uma das “culpadas” pela minha nova aquisição <3
Que bom :D
Super apoio mesmo a compra, Kindle é muitoooo <3
Eu concordo plenamente com tudo o que você disse. Também tenho um e-reader e não deixei de comprar nenhum livro que eu queria por tê-lo. Foi uma das melhores compras que eu fiz ano passado, não me arrependo em nada.
Além de conseguir ver se eu vou gostar do livro para poder ver se vale a pena comprar ou não, conseguia colocar muitos PFDs da faculdade nele.
Muito útil, prático e, como você disse, apenas um complemento para quem é louco por livros.
(ps: não consegui te adicionar no meu blogroll porque aqui é wordpress :( será que tem algum outro jeito?)
Bjos,
Mari. (marilikes.blogspot.com)
:)
Como eu disse no texto, o e-reader democratiza demais a leitura, seja ela qual for. Infelizmente, acredito que a maioria das pessoas que tem um e-reader ainda são as viciadas em leitura. Talvez o próximo passo seja fazer com quem não gosta muito de ler adquira um dispositivo e, quem sabe, passe a gostar mais!
Beijos
Sempre fui team ebook, até porque um ebook nunca irá fazer com que não existam mais livros.
É como eu defendi na minha pesquisa, livro é igual a roda, a colher, não irá ter um suporte que faça que não existam mais livros, eles sempre irão reinar na terra :D
Confesso que tenho lido muito mais ebooks do que livros físicos, muito mais práticos e posso ler de noite na minha caminha sem ter que levantar depois pra apagar a luz.
=D
Tá parafraseando o Umberto Eco? Hahahaha!
Mas, sim, eu concordo. Só acho que antes da gente ter um contato próximo com um e-reader, não nos damos conta exatamente de que ele pode ser incrível, mas não roubar a mágica de um livro físico.
Relendo o que eu escrevi no seu post de 2014, vi que muita coisa mudou, mas para melhor! hahaha
Acredito que a relutância maior das pessoas seja o de perder a identidade com o livro, o de achar que a experiência de leitura seja mais superficial pelo fato de não ter o papel em si para sentir e cheira, etc. No fundo, acho que muitos nos esquecemos de que o livro é feito, na verdade, de palavras. E são elas, acima de tudo, o que os autores querem que a gente absorva. Às vezes, a gente percebe que acaba dando muito valor para o formato, em detrimento do conteúdo, e ter comprado o Kindle e ter passado a ler livros dessa forma me fez pensar muito nisso, sobre como acredito ser importante, agora que temos esse recurso, a nos limitar a comprar coisas que ocupem espaço de forma consciente. Não querendo ser eco-chata, nem nada hahahaha mas como já havia dito há um ano, ler ebooks me ajudou em muitos aspectos: como parar de ficar comprando mil livros e acumulando-os sem ler, e como definir e deixar minha estante mais bonita, além de também conseguir ter prazer lendo mesmo sem ter o exemplar de papel nas mãos – o prazer vem apenas de ler, e somente ler, nada mais.
Resumindo, acho que muitas pessoas ainda relutam com medo de perder o ritual no momento da leitura, mas se pensarmos que as histórias são primeiramente um monte de rascunhos no pc ou na máquina de escrever ou à pena em papeis surrados, podemos avançar para tentar superar isso hahaha. Ler vai além do estético e por muito tempo me esqueci disso. É claro que eu quero e gosto de ter os livros em mãos, mas me desapeguei BASTANTE e espero continuar assim, quando terminar os livros físicos que tenho, somente comprar os que eu amar mesmo, e continuar tentando deixar a minha biblioteca 100% personalizada (presentes não contam hahahahaha continuam sendo o melhor tipo de presente ever! Mas você entendeu :D)
Beijos!
Apesar de comprar muitos livros uma época, acho que nunca comprei demais, sempre mantive a ideia de que se eu comprasse até a mesma quantidade de livros que eu lia por mês era ok. Mesmo assim, por não ter outra opção, acabei comprando muitos livros que eu preferia não ter comprado – e que agora já troquei a maioria no Skoob. Então, pra mim, essa é a maior vantagem do Kindle (além de, claro, toda a praticidade e funcionalidade dele) e eu acho que me encontrei nessa rotina :)
Mil erros no meu comentários hahahaha *profissional da língua*
meu comentários HAHAHA parei juro.