Em 1959, Herbert e Bonnie Clutter e dois de seus quatro filhos, Nancy e Kenyon, foram brutalmente assassinados na casa da família, em Holcomb, no Kansas, sem motivo aparente. Assim que leu sobre a chacina, o escritor Truman Capote decidiu acompanhar o caso e, um mês após o crime, chegou a Holcomb. Após intensas investigações, os autores do assassinato, Perry Smith e Dick Hickock, foram descobertos, capturados e, posteriormente, condenados à pena de morte.
As execuções aconteceram apenas em abril de 1965 e, durante os quase seis anos que se passaram entre o assassinato dos Clutter e a morte de Dick e Perry, Capote foi capaz de desenvolver uma obra não apenas pioneira no gênero de não ficção (ou New Journalism), como também uma das mais impressionantes da literatura como um todo.
O início de A Sangue Frio alterna duas diferentes versões do dia 14 de novembro de 1959: a de Dick e Perry, que se preparavam para matar a respeitada família Clutter; e a de Herb, Bonnie, Nancy e Kenyon, que, sem saber, viviam o último dia de suas vidas. Muito pouco é revelado sobre a personalidade dos assassinos no começo do livro, já os Clutter têm boa parte de seus perfis traçados neste trecho, por meio da própria descrição do que fizeram em suas últimas horas de vida e dos depoimentos de amigos, empregados da família e moradores de Holcomb.
Como podia ser que tanto esforço, tanta virtude, fosse de um dia para o outro reduzidos a essa fumaça rala que subia em direção ao céu amplo e aniquilador?
A Sangue Frio poderia ser sobre a trajetória dos Clutter até o trágico fim ou até mesmo sobre o que aconteceu entre o assassinato da família e a execução dos criminosos. E é claro que ambas as perspectivas são dois pilares importantes da história. No entanto, a obra de Capote é, acima de tudo, sobre Dick e Perry. Não tem como negar ou justificar a atrocidade do crime cometido pelos dois. Mas, ao conhecer os criminosos a fundo e conquistar a confiança deles, o jornalista foi preciso e corajoso o suficiente para traçar perfis humanos, que desvinculam Dick e Perry da figura clichê de assassinos impiedosos, ainda que apenas momentaneamente, e mostram as trajetórias pessoais que coexistem com o crime avassalador e imperdoável.
A única resposta é a maldade. É só o que as pessoas entendem – a maldade.
Capote acreditava que, se uma história real caísse nas mãos do escritor certo, ela poderia ser tão apaixonante quando uma obra de ficção. E estava correto. Em A Sangue Frio, o autor enriqueceu a narrativa de forma inigualável, ao combinar a precisão jornalística a vários recursos da literatura. E o resultado é uma obra tridimensional, como só um caso real poderia ser, e extremamente envolvente, exatamente como as boas histórias de ficção.
Título original: In Cold Blood
Editora: Companhia das Letras
Autor: Truman Capote
Publicação original: 1966
*Em 2005, A Sangue Frio serviu de inspiração para o filme Capote, que narra a trajetória do escritor durante a investigação do caso da família Clutter. O papel de Capote rendeu a Philip Seymour Hoffman o Oscar de Melhor Ator.
Eu li esse livro acho que em 2010, era o primeiro do gênero que me aventurava.
Livro ao mesmo tempo sombrio, pelos assassinatos, e também humano, por toda cobertura que o Capote traça dos personagens.
Ele praticamente conseguiu fazer um não ficção como ficção, como se houvessem duas histórias a serem contadas.
Mtoo bom!
=D
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[…] em toda a complexidade e tridimensionalidade da situação – o que me lembrou bastante de A Sangue Frio, pioneiro do New Journalism escrito por Truman Capote e um dos meus livros […]