Ed Kennedy é um taxista que, aos 19 anos, nunca realizou algo grandioso em sua vida e, por isso, é considerado um perdedor. Filho de um pai morto pela bebida e uma mãe amarga, que parece odiá-lo, Ed mora apenas com Porteiro, seu cachorro fedido, e é bastante próximo de seus melhores amigos – também fracassados -, Marv, Ritchie e Audrey, por quem nutre um amor platônico. Após ser o herói de uma tentativa de assalto ao banco, Ed começa a receber mensagens misteriosas, mas que podem melhorar ou até salvar a vida de pessoas que ele sequer conhece.
>> Encontre o melhor preço de Eu sou o mensageiro
O que mais me chamou a atenção em Eu sou o mensageiro foi a linguagem informal, muitas vezes até chula, mas, ao mesmo tempo, rebuscada e poética, que são características já conhecidas da narrativa de Markus Zusak, graças ao best-seller A Menina que Roubava Livros. O humor, na maioria das vezes ácido e sarcástico, também está presente em toda a trama e é uma das melhores formas que o autor encontrou de expressar a personalidade de Ed.
Às vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são.
Eu sou o mensageiro já estava na minha lista de leitura há algum tempo, mas confesso que só me animei realmente para ler quando o vi em uma lista de histórias similares a Quem é você, Alasca?, de John Green. Acontece que, sinceramente, não encontrei semelhanças entre as duas tramas, o que não é demérito para a obra de Zusak. Em compensação, a tarefa que é confiada a Ed me lembrou bastante a missão que Amélie Poulain, do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, dá a si mesma: a de ajudar pessoas desconhecidas com pequenas, porém valiosas, atitudes.
Tem gente que morre de mágoa, um troço que afeta o coração. Uma porrada de gente morre de ataque cardíaco. E é o coração que mais dói quando as coisas dão errado e se desmoronam.
A gente pode até inventar desculpas pras coisas, mas acreditar nelas, não.
Eu sou o Mensageiro pode até ser uma história sobre ajudar o próximo, muitas vezes de maneiras em que “os fins” realmente “justificam os meios”, mas, acima de tudo, evidencia a forma como fazer o bem aos outros é uma forma extremamente eficiente de fazer o bem a si mesmo e se redescobrir. Em comum com A garota que eu quero e A Menina que Roubava Livros, outras obras que li de Zusak, Eu sou o mensageiro tem a luta contra a letargia e a possibilidade de acreditar que, muitas vezes, as pequenas coisas são realmente as que mais importam – especialmente quando tudo parece perdido. A trama pode parecer previsível durante a leitura – e até é -, mas, mais uma vez, Zusak nos presenteia com um final surpreendente e impactante, que só é possível pela previsibilidade talvez proposital de todo o resto.
Título original: I am the messenger
Editora: Intrínseca
Autor: Markus Zusak
Ano: 2002
Páginas: 320
Tempo de leitura: 3 dias
Avaliação: 4 estrelas
[…] de Maxwell Sim, de Jonathan Coe; e Um livro que foi escrito originalmente em outra língua, com Eu sou o mensageiro, de Makus […]
[…] Eu sou o mensageiro, Markus Zusak Diferente de A Menina que Roubava Livros, Eu sou o mensageiro é levinho e fácil de ler. Mas não se engane: a história com certeza vai fazer você refletir e reavaliar algumas atitudes. Tempo livre tá aí pra isso também, né? […]