Resenha de Antes que eu vá – Lauren Oliver

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Samantha Kingston vive o estereótipo dos sonhos de muitas garotas de 17 anos: é bonita, popular, tem amigas leais e namora um dos garotos mais cobiçados da escola. O Dia do Cupido, em que a popularidade dos estudantes pode ser medida pela quantidade de rosas que recebem, deveria ser um dos mais empolgantes do ano – e é, até que Sam sofre um grave acidente de carro após deixar uma festa naquela noite.

No entanto, em vez de acordar em um hospital ou ser recebida “do outro lado” por entes queridos que já se foram, ela se vê presa no que pode ser o último dia de sua vida e revive as mesmas 24 horas sete vezes. Sam não sabe se está viva ou morta, mas descobre que a teoria do caos faz todo o sentido: até mesmo a mais sutil das ações, como o bater de asas de uma borboleta, pode causar mudanças inimagináveis na vida de muitos.

No início, pode parecer que Antes que eu vá seja mais uma daquelas histórias em que a protagonista tem várias chances até tomar as decisões certas, se redimir e escolher o caminho do bem. Mas não é bem assim. Durante as sete vezes em que revive o que talvez seja o último dia de sua vida, Sam se dá conta de que muitas de suas atitudes, boas ou ruins, simplesmente não podem ser desfeitas e que a vida e, consequentemente, o legado que deixamos é construído dia após dia por pequenas coisas. E é com essa premissa original e intrigante que Lauren Oliver nos fazer pensar não apenas sobre a morte, mas também sobre a vida e principalmente sobre o que deixamos para trás quando partimos.

Em alguns momentos, confesso que se torna um pouco cansativo reviver o mesmo dia sete vezes, no entanto, a autora rebate esse “efeito colateral” com a expectativa sobre as consequências das mudanças de atitude de Sam. Outro ponto super positivo de Antes que eu vá é a forma como a autora evidencia a evolução e o amadurecimento da protagonista, assim como a forma como ela, enfim, entende o significado e a importância de algumas coisas. Muitos comparam Antes que eu vá Se eu ficar, de Gayle Forman, e acho, sim, que as duas histórias são similares. No entanto, acredito que a obra de Oliver seja menos egocentrada por focar não no dilema do “fico ou não fico?” e, sim, na preocupação sobre o que deixamos para os outros quando partimos.

Lauren Oliver foi a responsável por me apresentar ao fantástico mundo das distopias, com a ótima trilogia Delírio, mas, embora seja o romance de estreia da autora, Antes que eu vá me encantou ainda mais do que a série pelas reflexões que provoca. A obra da autora me lembrou bastante o filme Efeito Borboleta, que particularmente acho genial, e faz deixar de lado o pensamento de que o que fazemos ou deixamos de fazer não é tão importante. Talvez, nossas atitudes não façam diferença em uma escala global, mas podem influenciar, e muito, a vida daqueles que estão ao nosso redor – e que, geralmente, são os mais importantes para nós.

Título original: Before I Fall
Editora:
Intrínseca
Autor:
Lauren Oliver
Publicação original: 2010

7 comments

  1. Eu não posso falar de Delírio pq ainda não li, mas esse definitivamente foi bom. E adoro autores q se mantem na sua linha e não criam novos finais pra agradar.
    E ela mostra as futilidades das meninas de uma maneira q faz com q a gente não sinta raiva (ok, em algumas vezes sim), mas um jeito de refletir q são adolescentes e não tem responsabilidades, e são inconsequentes, normais.
    Ainda bem q não parece mto com If I Stay, pq se parecesse… triste seria! kkkkkk
    Enfim.

    Bjo

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