Resenha de A Teoria de Tudo – J. J. Johnson

Sarah se sente culpada pelo terrível acidente que matou sua melhor amiga, Jamie, e por isso não consegue superar a perda e seguir em frente. Ela não tem com quem conversar sobre o assunto e reviver a tragédia mentalmente repetidas vezes apenas faz com que se torne arredia e sarcástica. Ao mesmo tempo, Emmett quer saber como a irmã morreu, mas Sarah, que é a única que sabe da verdade, não se sente preparada para contar tão cedo. No entanto, aos poucos, os dois se reaproximam e encaram juntos a ausência de Jamie.

Sarah é o primeiro grande ponto positivo de A Teoria de Tudo: a personagem é profunda e tridimensional, mas, apesar da bagagem pesada que carrega, também é divertida e tem senso de humor apurado. Como Jamie está no passado, a protagonista é a responsável por reconstruir a relação com a melhor amiga e o faz com propriedade – diferente de Sarah Ockler, em Vinte Garotos no Verão. Por meio das memórias de Sarah, J. J. Johnson conseguiu recriar a amizade com Jamie e, assim, abarcar a extensão dos questionamentos da personagem.

A escrita da autora é bastante direta, o que faz parecer que a protagonista está conversando diretamente com o leitor. No entanto, o que realmente chama a atenção em A Teoria de Tudo é a diagramação. Para começar, o livro foi produzido em três cores de capa – rosa, verde água e lilás. Mas a grande atração são as páginas que dividem os capítulos, que contêm desenhos e gráficos que traduzem os pensamentos de Sarah de uma forma divertida, diferente e inteligente.

Eu, com minha velha mania de não ler sinopses de livros, fui surpreendida pela temática densa tratada por A Teoria de Tudo. Mas também fiquei surpresa com a forma bem-humorada, porém realmente reflexiva, com que as questões de Sarah foram conduzidas. O desfecho da obra de J. J. Johnson fica em aberto, mas acredito que a verdadeira “moral da história” está exatamente nas últimas palavras.

Título original: The Theory of Everything
Editora: Nossa Cultura
Autor: J. J. Johnson
Publicação original: 2012

3 comments

Deixe uma resposta para Livros lidos em junho | Além do Livro Cancelar resposta