Fernando e Lívia vivem um relacionamento tranquilo, bem-sucedido e cheio de afinidades, até o dia em que percebem que as coisas não andam tão bem quanto querem acreditar. E, então, tudo o que eles têm em comum se transforma em motivos para pesadelos e, por que não?, uma divisão de bens emocional. Com o fim do relacionamento, Fernando começa a resgatar sua história, além da dignidade, para entender por que Lívia foi embora, mas acaba chegando a conclusões maiores do que esta.
Quem vai ficar com Morrissey? começa pelo ponto de conflito e, ao longo das páginas seguintes, revisita toda a vida de Fernando, desde a adolescência, guiado pelas grandes paixões do protagonista: sejam elas o Morrissey, a música em geral, as mulheres ou até mesmo um par de tênis Adidas. A narrativa da obra de Leandro Leal não é linear e é preciso uma dose a mais de atenção para não se perder na história, já que ela vai, volta e até mesmo se repete. Mas é essa característica que confere dinamismo e originalidade à obra, além de algumas reviravoltas.
Quem vai ficar com Morrissey? foi o primeiro romance de um autor brasileiro que li em muitos anos. E foi bastante divertido mergulhar em uma história cheia de referências que fazem parte da minha vida e da minha rotina, como a cidade de São Paulo, o futebol, as personalidades brasileiras, os fatos históricos do País e o jornalismo. E se a obra de Leandro Leal resgata tanto da minha “vida nacional”, por outro lado, também evoca todo o meu “lado estrangeiro”, com referências a muitos filmes e, principalmente, bandas que são do meu “convívio” – não só Morrissey e Smiths, como também Ramones, Faith no More, Radiohead, Joy Division, Pavement, etc.
Outro fato que difere Quem vai ficar com Morrissey? da maioria dos livros que leio é que eu não costumo escolher um título pela sinopse – não tenho o hábito de lê-las, na verdade. Mas com este, foi diferente. Assim que li a premissa, fiquei interessada, não só pelo Morrissey, mas também porque achei a história original e, ao mesmo tempo, democrática. Falando nisso, Leandro Leal tem um público alvo muito bem definido e não parece ter medo de assumi-lo – o que é um ponto totalmente positivo.
Voltando ao livro em si, achei que Quem vai ficar com Morrissey? tem uma pegada de Alta Fidelidade, livro de Nick Hornby que foi adaptado ao cinema e se tornou um clássico entre as comédias românticas, por unir a paixão pela música à retrospectiva dos romances. Com senso de humor apurado e metáforas inteligentes, Quem vai ficar com Morrissey? é uma história em que os fracassos são muitos mais do que apenas fracassos: eles podem definir quem você se torna, pelo bem ou pelo mal.
Título original: Quem vai ficar com Morrissey?
Editora: Ideal
Autor: Leandro Leal
Publicação original: 2014
[…] 5. Quem vai ficar com Morrissey? Título original: Quem vai ficar com Morrissey? Autor: Leandro Leal Ano: 2014 Páginas: 272 Tempo de leitura: 4 dias Avaliação: 4 estrelas Leia a resenha aqui! […]
Oi Nádia, muito boa a resenha. Uma das mais legais que o livro recebeu até agora.
Obrigado pelo espaço e parabéns pelo blog.
Abs
Viegas (Edições Ideal)
Viegas, eu que agradeço a atenção de vocês ;) E parabéns pelo livro, que, além de bem editado, tem uma capa incrível.
Oi, Nádia.
Li sua resenha, recomendada pelo meu editor (Marcelo Viegas), e gostaria de agradecer por ela. Não por ter sido elogiosa, mas por ter sido atenta. Você demonstrou sensibilidade ao comentar coisas como a narrativa não linear e a ausência de notas de rodapé. Mais que isso, você entendeu a minha intenção ao fazer essas escolhas.
Vou postá-la na fanpage do livro no Facebook, ok?
Beijo,
Leandro
PS: O link da fanpage: http://www.facebook.com/pages/Quem-Vai-Ficar-Com-Morrissey/
Leandro, eu que agradeço. É a primeira vez que um autor lê minha resenha sobre o próprio livro – pelo menos que eu saiba, haha. Fico feliz por ter sido capaz de captar esses detalhes, acho que eles fazem toda a diferença na obra final. E obrigada por divulgar a resenha :)
Ps: agora o Fernando está no lugar certo!
:-)
Minha única observação: no primeiro parágrafo, você trocou o nome do Fernando pelo meu. Talvez porque eu e o personagem nos confundamos, né? :-)
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