Valerie Leftman está cansada dos apelidos e “brincadeiras” de mau gosto que os garotos e garotas populares da escola adoram inventar e, por isso, faz uma lista com todas as pessoas que gostaria que morressem. O que ela não sabe, porém, é que, para o seu namorado, Nick Levil, a “lista de ódio” é assunto sério. Val nota a mudança de comportamento de Nick, mas quando, no dia 2 de maio de 2008, ele dispara uma arma contra diversos alunos da Garvin School, inclusive ela e ele mesmo, a surpresa é inevitável. Após se recuperar do incidente, Val é autorizada a voltar para a escola, mas as opiniões estão divididas e ninguém consegue decidir se ela é culpada ou inocente.
A Lista de Ódio* é narrado em primeira pessoa por Valerie e intercala o presente com trechos de reportagens, e-mails e flashbacks, que reconstroem os acontecimentos do fatídico dia 2 de maio de 2008. O principal ponto positivo da trama criada por Jennifer Brown é o fato de não sabermos se Valerie é cúmplice do crime ou se é mais uma das vítimas. A verdade é que nem ela mesma sabe e a jornada em busca dessa e de outras respostas é o que acompanhamos no livro.
Como já é de se esperar, A Lista de Ódio é um livro denso e perturbador, principalmente por tratar de um problema tão real e grave como o bullying e que parece resultar, cada vez mais, em tragédias de proporções absurdas – o próprio fato de existirem mais e mais livros que abordam os temas de bullying e massacres em escolas comprova a gravidade do problema. No entanto, Jennifer Brown conseguiu extrair da situação um ponto de vista extremamente humano e que, por isso, retrata todas as fraquezas e dilemas que ocasiões como esta podem causar. Também gostei da forma como a autora nos faz perceber a diferença entre vítima e inocente, afinal, quem sofre as consequências de um massacre causado por bullying é vítima, mas talvez não seja exatamente inocente – é também uma questão de ação e reação, ainda que descabida.
‘Você precisa encontrar um modo de ver as coisas como elas realmente são, Valerie’, o doutor Hieler tinha me dito. ‘Você tem que começar a acreditar que o que vê é o que realmente está lá’.
Por fim, se eu não tivesse lido Precisamos falar sobre o Kevin, ficaria muito mais impressionada com A Lista de Ódio. No entanto, esse não é um comentário negativo, pelo contrário: o ponto de vista de Valerie é muito interessante e quase tão ingrato quanto o de Eva Katchadourian, a mãe de Kevin no romance de Lionel Shriver. Por isso, se você leu apenas A Lista de Ódio, leia também Precisamos falar sobre o Kevin – e vice-versa. A conclusão que fica após a leitura da obra de Jennifer Brown é que quase nada é absoluto na vida e ninguém é apenas culpado ou inocente.
Título original: Hate List
Editora: Gutenberg
Autor: Jennifer Brown
Publicação original: 2009
*A editora Gutenberg mudou o título do livro já que “lista negra” é uma expressão de cunho racista.
Livro foda esse, triste demais, tenso demais, tudo demais…
Chorei horrores, lembro q ficava indignada pelas pessoas acusarem ela pelo massacre.
O pai é o pior de tds, em vez de ajudar, acaba atrapalhando mais ainda, o que já era ruim acaba ficando pior por causa dele.
É um livro q faz repensar as atitudes q temos diante dos outros, por mais q a gente não queira machucar esse alguém.
E como vc disse, ninguém é apenas culpado ou inocente nisso td…
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