Pierce Oliviera viveu uma experiência de quase morte e, desde então, sua vida nunca mais foi a mesma. Seus pais se divorciaram, acidentes estranhos acontecem quando ela está por perto e um garoto enigmático parece persegui-la. Depois de ser expulsa da escola em que estudava em Connecticut, Pierce e sua mãe se mudam para a Isla Huesos a fim de recomeçar do zero. Mas a ilha, que já foi palco de acontecimentos estranhos na infância de Pierce, parece estar ainda mais sinistra do que antes.
Em Abandono, Meg Cabot segue um estilo de narrativa que mescla o presente e flashbacks que, aos poucos, esclarecem os acontecimentos passados aos quais Pierce se refere – mais ou menos como fizeram, por exemplo, Rebecca James e J. A. Redmerski em Bela Maldade e Entre o Agora e o Nunca, respectivamente. No entanto, a narrativa de Meg acabou ficando um pouco misteriosa demais e, por isso, demora um tanto até conseguir entender a história e se envolver – ou não.
Para escrever Abandono, Meg se inspirou no mito de Hades e Perséfone e esse tipo de inspiração não é exatamente uma novidade entre as obras da autora. Em Insaciável, por exemplo, ela transformou Vlad Tepes – o príncipe da Valáquia, também conhecido como Vlad, o Empalador – em vampiro e pai de Lucien, par romântico da protagonista Meena Harper. E há uma justificativa bastante plausível: Vlad não era um vampiro, mas suas técnicas de tortura serviram de inspiração para Bram Stoker, autor de Dracula. Já em Avalon High, ela revisita a lenda do Rei Arthur.
Mais uma vez, fiquei com a sensação de estar lendo um livro “repetido” de Meg, já que as semelhanças entre Abandono e outros personagens, tramas, conflitos e até diálogos da autora são evidentes. Por exemplo: Pierce e John, seu par romântico, não chegam aos pés de Susannah e Jesse, de A Mediadora, no entanto, o clima das duas obras é até parecido. E isso não quer dizer que Abandono é ruim ou fraco, mas gostaria de ver coisas mais diferentes vindas de Meg. No entanto, apesar da dificuldade em realmente me envolver com o livro, a história é interessante e o desfecho consegue aguçar a curiosidade e deixar as portas totalmente abertas para o segundo volume da trilogia, Inferno.
Título original: Abandon
Editora: Galera Record
Volumes seguintes: Inferno e Awaken (ainda sem título em português)
Autor: Meg Cabot
Publicação original: 2011
Os livros da Meg são ótimos, mas é bem comum termos esses problemas de ter a impressão de que estamos vendo os mesmos personagens em uma outra história. Tenho curiosidade por Abandono, mas não sei se lerei.
Beijos
[…] ATENÇÃO! CONTÉM SPOILER DE ABANDONO! […]
[…] Abandono, Meg Cabot Meg Cabot costumava ser minha musa literária, mas, ao longo dos anos, acho que eu amadureci como leitora e ela deixou a desejar como escritora. Comecei a série Abandono (porque eu lia absolutamente tudo o que a Meg publicava), mas, depois do segundo livro – Inferno -, que foi uma leitura sofrível e arrastada, não consegui me animar para terminar a trilogia – o último volume é Awaken, ainda não lançado no Brasil. […]
[…] Vlad Tepes, o Príncipe da Valáquia, por exemplo, aparece na série Insaciável. Já a saga Abandono teve o mito de Hades e Perséfone como base. E em Sorte ou Azar? fica clara a referência […]