Como já contei diversas vezes, eu lia apenas livros de Chick lit até meados de 2011. Desde então, me dediquei a conhecer novos gêneros, acabei gostando bastante de alguns, e a minha mais nova mania são as tramas distópicas. O que mais gosto (e o que mais me assusta) nas distopias é a forma como elas apenas exageram um aspecto da sociedade atual que já é considerado opressivo, imoral e perigoso. Também me chama a atenção como as obras do gênero sempre abordam questões que parecem ser atuais desde sempre, fazendo sentido mesmo muitos anos após a publicação.
Para quem quer conhecer mais do gênero, aqui vão algumas indicações:
A Revolução dos Bichos, de George Orwell: o clássico de George Orwell foi a primeira distopia que li. Adorei a narrativa dinâmica, o tom ácido, o senso de humor, o clima por vezes sombrio e, claro, a metáfora. Uma sátira ao Comunismo da União Soviética, A Revolução dos Bichos aborda temas como o poder, a opressão e a desigualdade.
Sangue Quente, de Isaac Marion: Sangue Quente nos apresenta a um futuro apocalíptico, em que grande parte da humanidade se tornou zumbi e os cidadãos comuns se veem obrigados a se refugiar. A obra de Isaac Marion não retrata um governo totalitário como a maioria das distopias, mas expõe questões políticas (tanto dentro da sociedade humana, quanto a de zumbis) e éticas. A trama, aliás, gira em torno da crise existencial de R., um zumbi que precisa da carne humana para sobreviver, mas que, de alguma forma, sabe que isso não é certo.
Abominável Mundo Perfeito (em Amores Infernais), de Scott Westerfeld: o conto do autor da série Feios foi a minha terceira experiência com distopias. Por coincidência ou não, foi o meu preferido da compilação Amores Infernais. Na trama, Westerfeld retrata um mundo em que a tecnologia já permite o teletransporte e a privação do sono e evita desconfortos, como o desequilíbrio hormonal, por exemplo. O conto tem um tom bem-humorado, já que é engraçado o fato de os personagens não conseguirem imaginar como era o mundo antes destes adventos. No entanto, também assusta por nos fazer pensar que, talvez, esse futuro seja realmente possível.
Delírio, de Lauren Oliver: a premissa de um mundo em que o amor é considerado uma doença me chamou muito a atenção e a saga de Lauren Oliver não deixou a desejar – e ainda me fez ir atrás de outras distopias. Delírio reúne muitos aspectos que caracterizam uma distopia: o governo totalitário, a violência, a desigualdade, a desumanização e a ética. Como não poderia deixar de ser, a série ainda envolve muito romance e nos faz refletir sobre a falta de amor e compaixão no mundo real.
Jogos Vorazes, de Suzanne Collins: depois de ler Delírio, resolvi me entregar ao best-seller e blockbuster Jogos Vorazes. Confesso que tinha uma ideia completamente adolescente da série de Suzanne Collins e, por isso, acabei me surpreendo bastante. A saga de Katniss Everdeen é uma crítica à sociedade do espetáculo, às relações políticas, à manipulação da informação e ao regime totalitário. Jogos Vorazes também chama a atenção para a repressão por partes dos líderes políticos e a subserviência da população em troca de luxo e glamour. Uma saga bem amarrada e cativante como poucas.
Divergente, de Veronica Roth: Divergente mostra um mundo em que a sociedade é dividida em cinco facções (Abnegação, Amizade, Audácia, Erudição e Franqueza) e, a princípio, não apresenta tantas características de uma distopia – afinal, os jovens podem até escolher suas facções aos 16 anos. No entanto, a tecnologia do futuro permite o controle da população por meio de soros desenvolvidos pela Erudição e, ao longo da história, as relações políticas se revelam perigosas e opressivas. A religião é abordada discretamente, mas a ética, a violência e a psicologia estão sempre presentes na saga de Tris Prior.
Estilhaça-me, de Tahereh Mafi: Estilhaça-me é uma distopia, mas gira mais em torno das questões da protagonista, Juliette Ferrars, que pode matar pessoas com um simples toque. No entanto, a obra de Tahereh Mafi, que é o primeiro volume da trilogia, retrata um momento diferente de outras distopias: enquanto em Delírio, Jogos Vorazes e Divergente, as protagonistas já nascem em um mundo distópico, em Estilhaça-me, Juliette faz parte da geração que irá acatar ou se rebelar contra o sistema que promete salvar a humanidade.
Livros na lista de espera
Já que me tornei leitora de distopias nos últimos tempos, adicionei outras obras do gênero, desde clássicas até mais recentes, à interminável lista de livros para ler:
Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
1984, de George Orwell
Feios, de Scott Westerfeld
The Circle, de Dave Eggers
Destino, de Ally Condie
E com certeza este é só o começo porque aqui tem uma lista gigante de livros distópicos. Divirtam-se :)
Li dois da sua lista de lidos e os quatro primeiros da sua lista to-read e adoro os três primeiros, super recomendo! (e o quarto tá aqui waiting for you haha) Como já te disse antes, o Fahrenheit provavelmente é o que tem a crítica mais “poética” e é um dos meus preferidos porque é um dos que é mais “improvável” de acontecer literalmente tão cedo, mas de certa forma é uma das tramas que mais acontece indiretamente de outras formas. Fora que a temática do livro gira em torno justamente de livros, então também dá um charme especial ;p
Alguns do seu post eu também lerei em breve, curti as indicações!
Eu amo distopias, adoro essa questão de meio que mostra o que estamos vivendo na sociedade e ainda dar uma cutucada na política. Claro não chega a um Jogos Vorazes, mas algumas coisas, mesmo que mínimas, retratadas nas distopias acontecem no mundo “real”. Eu estou louca para ler qualquer obra do Scott Westerfeld, principalmente Feios. Outro autor que eu necessito ler alguma de suas obras é George Orwell! Sangue Quente e Divergente são ótimos, eu amei, mas minha distopia favorita ainda é Jogos Vorazes. Estilhaça-me e Delírio estão na minha lista de espera a tanto tempo, preciso ler. Amei e amei o post!
Também não vejo a hora de ler Scott Westerfeld e o 1984. A minha distopia favorita, por enquanto, também é Jogos Vorazes, mas eu gostei demais de Delírio e indico :)
[…] entrou para a minha lista de leituras no final de 2013, em meio à enxurrada de distopias na minha vida literária. Em janeiro deste ano, resolvi começar a série de Veronica Roth para me […]