Preciso fazer uma confissão:
Eu. não. consigo. parar. de. comprar. livros.
Não no sentido compulsivo da frase e, sim, no físico. Penso muito em adquirir um e-reader, o que seria mais econômico, sustentável, prático e leve. Mas eu tenho certeza de que a sensação seria a mesma de pegar um livro emprestado: se eu adorasse a história, iria querer comprar o exemplar físico para ter na minha estante. As minhas únicas experiências com livros digitais foram no ano passado: por falta de opção, li Annabel, Hana, Raven e Alex, histórias complementares da saga Delírio e disponíveis apenas em e-book, no iPhone. Não foi ruim e eu admito que é bom não precisar carregar o peso do livro pra cima e pra baixo todos os dias. Mas, sem eles em mãos e, depois, na estante, foi quase como se eu não os tivesse lido. Loucura?
Bom, se for loucura, eu não estou sozinha nesse mundo. Uma pesquisa feita pela Pew Internet, nos Estados Unidos, confirmou que os livros digitais são uma tendência forte no mercado editorial: o número de adultos que leram e-books em 2013 subiu para 28%, mais de 23% em relação a 2012. No entanto, sete em cada 10 norte-americanos disseram ler livros físicos e a maioria dos adeptos dos digitais afirmaram consumir também os exemplares em papel. Ainda segundo a pesquisa, somente 4% das pessoas leem apenas e-books.
E isso me traz uma lembrança. Quando comecei a faculdade, em 2005, os professores consideravam a possibilidade de os veículos online acabarem com o jornalismo impresso. Até hoje, isto não aconteceu. Claro que a agilidade da internet e as redes sociais forçaram o jornalismo clássico a buscar formas de se atualizar e, talvez, tenham colaborado para que a área entrasse em crise, não apenas financeira, mas também ideológica. No entanto, não podemos negar que os jornais e revistas ainda vivem. O engraçado é que, se esta foi uma preocupação real para o mercado de livros, está mais do que comprovado que, pelo menos por enquanto, os e-books não são exatamente uma ameaça e, sim, um complemento. Talvez porque os livros tenham uma grande vantagem sobre os produtos jornalísticos: agregam muito valor sentimental.
Basta uma ida à livraria para saber que, hoje em dia, é raro ver um exemplar de capa lisa, que leve apenas o título da obra e o nome do autor. Ler uma história não é mais o único atrativo de um livro, as editoras sabem disso e são criativas: ilustrações, fotos, texturas, diagramação, fontes e efeitos dos mais variados são apenas alguns dos artifícios que tornam um livro ainda mais atraente – afinal, quem nunca se encantou por uma capa antes de ler a sinopse? As obras clássicas e mais antigas também entraram na dança, foram reeditadas, ganharam capas incríveis e acabaram vendidos aos montes para consumidores novos e “velhos”. Não podemos esquecer ainda das versões em outras línguas, das capas alternativas, das edições de colecionador, das reedições, dos boxes… enfim, inúmeras possibilidades que as editoras sabem explorar muito bem e que se tornaram uma diversão para grande parte dos aficionados por livros.
De tempos em tempos, paro para pensar em todas as páginas desta história. Mas, cá entre nós, a verdade é: enquanto existirem livros em papel, esta será sempre a minha primeira – mas não única, prometo – opção.
Eu sou adepta do leitor digital e do livro físico… Já comprei o ebook deposi de ter lido o físico e vice-versa.
Acho que nunca serei capaz de escolher entre eles. O Kindle tem toda a praticidade, mas a minha estante física é meu grande amor tbm.
Acho que os dois sempre viverão juntos nesse mundo.
Eu acho que um dia vou aprender a usar o leitor digital e depois comprar o livro físico, haha! Mas preciso treinar antes.
Acho que penso como você, se eu não vejo, não li haha Como você mesma disse, o valor sentimental daquilo que você vê e pode tocar, é muito maior quando lemos online. Acredito que tudo é questão de costume, mas gosto da sensação de me apaixonar por uma capa, ou apenas de olhar no meu montinho, lembrar da história. Mas já li e-books no iPhone e não achei ruim também. Quem sabe com o tempo, né? (ou a falta de espaço, o que vier primeiro haha)
Também acredito que seja costume. Acho que preciso aprender duas coisas: 1. um e-book é tão livro quanto um físico; 2. nem todo livro que eu gosto precisa estar na minha estante. Mas é tão difícil hahahaha
Eu sou uma leitora contemporânea e apaixonada por tecnologia. Logo, mudar pro e-book foi natural para mim. Passei a ler muito mais, pois já passava noites no ipad ou computador fazendo “nada” e agora, leio! Acho linda minha biblioteca no ibooks da apple! rs
Sempre achei estranho eu gostar de tecnologia e não conseguir me apegar aos e-books. Mas agora que você falou da biblioteca virtual, fiquei animada… hahaha
Se o problema for ver o livro na estante pra o considerar lido, talvez uma estante virtual resolva o problema. Não to falando dos livros que ficam armazenados no ereader, mas sim um local que você diz que leu o livro, e você pode visualizar isso sempre que quiser.
Eu to falando do skoob.com.br, que pra quem lê tanto epubs quanto livros físicos é um bom lugar pra tomar nota do que você leu ou não, avaliar o livro e também deixar sua opinião sobre ele.
Isso também ajuda a praticar o desapego com livros. Porque se você marcou que leu o livro e considerar que lá “tá valendo”, você não precisa ter o livro na estante. Então vai conseguir emprestá-lo, dá-lo, doá-lo, trocá-lo, ou qualquer outra coisa que te faça não ficar com ele na estante, mas ainda assim o considerar lido.
Muitos livros que li foram emprestados de alguém, e to tentando emprestar cada vez mais livros, principalmente os que gosto mais. Porque as pessoas precisam ler os livros que gosto mais! Haha!
Só nesse ponto que os ebooks perdem. A não ser que você apele pra pirataria, nunca poderá emprestar um ebook. Ao menos não como empresta um livro físico.
Não sou contra acumular livros, pois tenho também muitos livros em casa, dos quais não quero me desfazer nunca! Mas a lista virtual ameniza um tanto a história, ainda mais pra considerar como lidos os livros eletrônicos.
Eu uso bastante o Skoob, embora ele seja meio lesado, e me sinto melhor quando adiciono um “lendo”, “vou ler” ou “lido”. Mas acho que, no meu caso, é mais acostumar mesmo em não ter o livro na estante e saber quais valem a pena comprar o exemplar físico. Porque tenho a mesma sensação quando pego livros emprestados, aí acabo comprando caso eu goste muito. Acho que vou ter que comprar mesmo um e-reader pra ver como vai funcionar pra mim :)
Depois que me mudei e fiquei com espaço limitado para as minhas coisas, percebi que tenho livros e quadrinhos demais para pessoa de menos (muitos ainda estão encaixotados porque não tenho onde colocar), e mesmo com os que eu não AMEI DE CORAÇÃO, não consigo simplesmente me desapegar. O meu plano inicial para acabar com esse problema sem prejudicar o fato de que eu adoro livros de papel é o de ficar com o meu tablet (até eu comprar um kindle ou kobo) e sempre que comprar um livro físico e ler e ok, gostar, mas não ter sido O livro da minha vida, só uma leitura legal, conseguir a versão digital e deixá-la arquivada nele e tentar trocar a física por outro livro ou vender para um sebo, não sei. Já arquivei quase todos que dá para baixar gratuitamente no tablet (os clássicos, se não forem “contemporâneos”, sempre são gratuitos), mas ainda não tive estrutura emocional para me desfazer dos físicos correspondentes, talvez pelo ponto que você comentou, de termos essa ligação tão forte com o livro em si e de achar que se ele não está exposto ou perto de nós, a experiência não foi completa.
Acredito que numa segunda etapa, após esse desapego inicial – e difícil -, vai dar para se acostumar a fazer o que você comentou na resposta para a Karina: primeiro ler no e-reader (quando for mais barato) e aí se amar muito, investir na compra do livro físico. É muito lindo ter a estante com todos os livros que lemos na vida, tipo uma retrospectiva visual da nossa história ou como nas antigas casas de avôs/bisavôs com grandes cômodos que serviam como bibliotecas, em que qualquer lembrança estava ao alcance dos dedos. Mas talvez com uma estante física mais “personalizada” do que a virtual, dê para manter o melhor dos dois mundos em harmonia sem perder o gostinho de folhear os preferidos. E também ter mais espaço para as mil edições diferentes dos livros que realmente são do coração (como as minhas mil edições de Jane Eyre =p).
Você já está num estágio mais avançado de desintoxicação do que eu, hahaha!
No meu mundo ideal, eu vou conseguir desenvolver a relação que tenho com música também com os livros. Eu baixo os CDs, escuto e, se gostar muito, eu compro o físico. Apenas no caso das minhas bandas favoritas eu compro o CD sem pensar e até mais de uma edição – como você bem sabe, hahaha! Mas, com livros, a minha relação é muito diferente, é uma experiência muito mais complexa. Por enquanto, ainda me incomoda pensar em ler um e-book, amar e comprar o exemplar físico porque não terei lido esse exemplar em questão, entende? Eu sei, eu sei, parece idiotice, mas acho que o livro físico é o resumo da experiência em si, que envolve comprá-lo, lê-lo, guardá-lo na estante, que, como você disse, é uma retrospectiva das nossas leituras da vida, e eventualmente folheá-lo em busca de um trecho específico. Mas acho que vou comprar um e-reader mesmo pra ver como me sinto – até porque eu não acho que vou poder comprar uma casa com um quarto-biblioteca hahahaha
Sim, eu BEM sei das mil edições de cds hahaha.
E eu entendo, sim, porque também me sinto dessa maneira. Tipo quando eu li Kevin e depois “daquela” parte em que a Eva acende os refletores do jardim na cozinha tive que fechar o livro imediatamente e ficar um tempo sem ler. Até o processo de eu olhá-lo por alguns dias fechado em cima da estante e com o marcador para fora, e eu cheia de “receios” de tocar nele de novo fez parte de toda a experiência, algo que eu não sei se teria caso tivesse ficado com medo de clicar num ícone para continuar, haha.
Acho que é uma questão de irmos nos disciplinando, como você disse que leu alguns e-books e que foram de boa – mesmo sendo short stories, o que pode ter contribuído para ter sido menos “doloroso” – tente ler algum lançamento (livro avulso, sei lá) que tenha algum tema que pareça MUITO promissor ou que tenha causado frisson mas que você não conheça necessariamente o autor. Pode ser um início você ter uma experiência totalmente nova e bem-sucedida que comece e termine com um e-book – é o que pretendo fazer, pena que alguns lançamentos às vezes são mais caros do que os livros físicos. Já que acho que é só um pouquiiiinho mais em conta e imediato ter um e-reader do que uma casa com um quarto-biblioteca haha
Adoro ler em ebook, é muito mais fácil, pratico… é tudo de bom! Não saio sem o ipad na bolsa. Entretanto, quando gosto muito de um ebook que li eu compro o livro dele, pra admirar a capa e te-lo perto de mim :)
Um livro físico tem um valor sentimental maior do q o ebook, acho q isso não tenho dúvida, mas o ebook veio pra facilitar a vida, eu saio de casa com um livro físico e o meu kobo sempre!! E as vezes só com o kobo. Uma das facilidades é a de não ter q carregar peso pra lá e pra cá. Vc pega uns livros q são gigantescos e pesados e acabam tomando mto espaço na bolsa. Fora a economia q se pode fazer com os ebooks, como uma vez q tinha q comprar um livro pra faculdade q custava 70 reais, ai curiosa fui buscar em ebook, adivinha a surpresa: 16 reais, qual vc acha q eu comprei? Ebook, claro. Não to falando q eu nunca comprei o ebook e o livro qndo gosto, claro q já… Mas eu só fiz isso nos casos dos livros q ainda não tinham lançado fisicamente e saiu só em ebook, ou, qndo vc clica pra ter um aperitivo do livro e compra o ebook e o fisico, mas agora eu parei com isso… eu acho… hauahuauau
É, a conclusão que fica é que eu preciso encontrar o equilíbrio. Mas antes preciso de um e-reader hahahaha
[…] mais de um ano, eu estava pensando seriamente em comprar um e-reader e dividi aqui meus devaneios sobre a polêmica e-books x livros físicos. Eis que, durante a aula da Marina […]