Resenha de A Culpa é das Estrelas – John Green

O câncer na tireoide de Hazel Grace se espalhou por seu pulmão, o que fez com que o tubo de oxigênio se tornasse seu companheiro para a vida toda. Além disso, ela já esteve à beira da morte, mas agora passa apenas por um tratamento que não tem como objetivo curar sua doença e, sim, não deixar que ela se espalhe (mais). Contra sua vontade, Hazel participa de um grupo de apoio, em que outros sobreviventes e combatentes do câncer contam suas experiências e expectativas. É lá que ela conhece Augustus Waters, ex-portador da osteomatose, de quem fica amiga rapidamente. Augustus, ou simplesmente Gus, parece ser a pessoa que vai mostrar à Hazel o verdadeiro valor do infinito, ainda que ele tenha tamanhos diferentes para cada um. Mas, no final, a história deles se torna um aprendizado mútuo sobre o que realmente vale a pena.

A Culpa é das Estrelas tem todos os ingredientes para ser uma história no melhor estilo piegas. No entanto, logo no início, você percebe que não será bem assim. Isso porque Hazel não se trata como vítima da doença, tampouco é alguém que vê apenas o “lado bom” mesmo dos piores problemas. Ela age como uma pessoa real poderia agir: às vezes, se pergunta por que ela; outras, faz piadas de humor negro; e na maioria, pensa em tudo o que não terá a chance de fazer.

Hazel é realista e sua história com Augustus, apesar de ser repleta de toques mágicos, também. E, por isso, mesmo não estando na mesma situação que eles, é possível não sentir dó e, sim, se identificar. Além disso, a obra de John Green é incrível por tratar um assunto tão delicado com tamanha sinceridade, a ponto de transformá-lo em algo, ao mesmo tempo, sensível e – acredite – divertido. Mas o melhor é que A Culpa é das Estrelas conta com aquele fator que nos faz realmente refletir sobre o verdadeiro valor da vida, mas não de uma maneira pedante, clichê ou utópica e, sim, reconfortante e redentora.

A história de Hazel é também um pouco sobre isso a dúvida: é melhor ter a chance de viver e sofrer com a saudade ou nunca ter experimentado algo que seja capaz de causar a saudade? E ela mostra, como poucos, que se privar dos prazeres da vida, especialmente os mais simples, pode ser mais seguro, mas também é, de certo modo, mais covarde e, com toda a certeza, mais triste. Porque parte de “superar” é encontrar a medida certa do “aceitar”.

Título original: The fault in our stars
Editora: Intrínseca
Autor: John Green
Publicação original: 2012

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29 comments

  1. Foi exatamente por essa “lição de vida” que eu gostei tanto do livro já que na minha opinião ele não chega a ser um grande drama, já que é tão realista – os dias ruins, os bons e os quase bons e nem tão ruins. A referência sobre as coisas simples dão meio um “choque”, às vezes ficamos com medo de cada besteira. Será mesmo que é preciso que as pessoas tenham que passar por situações tão ruins, como um câncer, pra valorizar o que realmente importa? Fiquei pensando nisso. Rola um medinho de não estar dando valor à vida, sendo que ela poderia ser bem pior. Bom, agora quero todos os outros livros do “João Verde” :D

  2. […] A Culpa é das Estrelas: A Culpa é das Estrelas realmente me surpreendeu, mexeu comigo (e mais 289372 milhões de pessoas), me fez refletir e, de quebra, me apresentou a John Green. Entraria facilmente no meu top 10, mas eu não queria repetir autores e preferi dar lugar a Quem é você, Alasca? […]

  3. […] A Culpa é das Estrelas, de John Green: uma das mais comentadas dos últimos meses, a versão cinematográfica de A Culpa é das Estrelas está sendo filmada e promete repetir o sucesso da obra original. No entanto, a data de estreia do longa, que tem Shailene Woodley e Ansel Elgort como os protagonistas Hazel e Gus, ainda é um mistério: nos Estados Unidos, o filme chega aos cinemas em 6 de junho, enquanto a Argentina só recebe o longa em 2 de outubro. O Brasil segue sem definição. […]

  4. […] A Culpa é das Estrelas, John Green  A Lista Negra, Jennifer Brown Anna e o Beijo Francês, Stephanie Perkins Antes que eu vá, Lauren Oliver As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky Cartas de amor aos mortos, Ava Dellaira Mentirosos, E. Lockhart Métrica, Colleen Hoover O céu está em todo lugar, Jandy Nelson O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks, E. Lockhart Por Lugares Incríveis, Jennifer Niven Quem é você, Alasca?, John Green Todo Dia, David Levithan Um Caso Perdido (Hopeless), Colleen Hoover […]

  5. […] A Culpa é das Estrelas, John Green: apesar de Amsterdam ser um destino popular entre as pessoas da minha idade (principalmente pela fama de ser super liberal), eu nunca tinha pensado em visitar a cidade. Mas confesso que, depois de ler e principalmente assistir A Culpa é das Estrelas, deu uma vontadezinha de andar de bicicleta pela capital holandesa, conhecer os canais de perto e, claro, visitar a casa de Anne Frank. […]

  6. […] No penúltimo dia da Semana especial Tartarugas até lá embaixo, vamos falar um pouquinho sobre os outros livros de John Green. Afinal, o que a nova obra do autor tem em comum com as anteriores? É inevitável comparar? E, para falar sobre tudo isso, escolhi meus livros  preferidos de John Green, que são Quem é você, Alasca? e A culpa é das estrelas. […]

  7. […] A culpa é das estrelas, John Green (2,5/5) A Escolha, de Nicholas Sparks (3/5) Anna e o Beijo Francês e Isla e o Final Feliz, de Stephanie Perkins (2,5/5) Confesse, O Lado Feio do Amor e Um caso perdido, de Colleen Hover Drácula, de Bram Stoker (4,5/5) O Retrato de Dorian Grey, de Oscar Wilde (4,5/5) Presentes da Vida, Emily Giffin (3/5) Ser feliz é assim, de Jennifer E. Smith (2,5/5) There’s someone inside your house, Stephanie Perkins (2,5/5) […]

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