No final da década de 1990, as matanças nas escolas dos Estados Unidos estavam “na moda”. Na época, Eva Katchadourian era apenas uma empresária bem-sucedida na área de turismo, cuja única ligação com os massacres era a preocupação comum a todos os pais e mães. E assim foi até seu filho, Kevin, de 15 anos, cometer um assassinato em massa na escola onde estudava. Após o acontecimento, Eva perdeu tudo o que conquistou e passou a ser julgada pela sociedade como a principal culpada pela tragédia. Ela nunca acreditou ser boa mãe para ele e agora, abalada e convencida de que realmente cometeu erros que levaram à matança, começa a escrever cartas ao pai de Kevin a fim de encontrar a verdadeira razão para o massacre. Mas será que é possível chegar ao cerne da questão?
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Precisamos falar sobre o Kevin é um livro extremamente denso e sombrio desde a primeira página. Mas, por incrível que pareça, o massacre em si passa a ser um dos assuntos menos assustadores em meio a tantos outros abordados por Eva. Em sua obra, Lionel Shriver consegue criar não apenas personagens profundos e complexos, mas também situações permeadas por significados, mágoas e dúvidas.
Com a narrativa epistolar, Shriver mistura passado e presente e é essa combinação que “protege” os elementos-surpresa da história, que não são poucos. E, embora seja o vilão da história em todos os sentidos, Kevin surpreende em muitos momentos, pois é extremamente inteligente e é nisso que se baseiam seus requintes de crueldade.
A cada carta escrita por Eva, é possível sentir toda a solidão e a culpa que fazem parte de sua nova vida e corroem o que sobrou da antiga. Em sua busca desesperada pela verdade por trás de todas as verdades que conhecia até então, ela se entrega à uma sinceridade avassaladora e descobre que não foi o simples ódio que levou Kevin Katchadourian a cometer um assassinato em massa. E que não é o simples ódio que irá conduzi-la daí em diante.
Título original: We need to talk about Kevin
Editora: Intrínseca
Autor: Lionel Shriver
Ano: 2003
Páginas: 464
Tempo de leitura: 12 dias
Avaliação: 5 estrelas
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Está aí um livro que tenho muita vontade de ler, mas como ele nunca vaio parar na minha mão naturalmente… Eu deixa pra lá. E tbm não quero assistir o filme antes de ler.
Gosto desse tipo de tema… Mais sombrio, que envolve o psicológico dos envolvidos.
Espero conseguir ler um dia.
É muito fantástico esse livro. E a adaptação é boa também. Mas, em hipótese alguma, veja o filme antes de ler o livro!!!
Terminei ontem! Assim, eu curti muito a história como ela desenvolveu os fatos e como decidiu narrá-los. Mas o final eu fiquei totalmente: whyyy???? Sério, não entendi o porque do “perdão”.
E o Kevin no final parece que cai a máscara de psicopata e se transforma no eu verdadeiro perto de atingir a maioridade, não entendi…
Fora esses detalhes insignificantes que ficam mais por meu gosto pessoal, eu gostei muito do livro.
=D
Ah, eu gosto mesmo do final! Porque acho que é justamente em torno disso que tudo gira. Na atrocidade que ele cometeu e que ela como pessoa condena, mas, como mãe, é capaz de perdoar. Mas o livro é demais, né? <3